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Sivuca e Banda fazem show hoje no Sesc

Sivuca e Banda fazem show hoje no Sesc

Ricardo Polettini
Sivuca e Banda fazem show hoje, no Sesc, prometendo pôr todo mundo para dançar ao som da sanfona (ou como quiserem chamar)

Perguntaram a Sivuca, um dia desses, se ele era um sanfoneiro ou um acordeonista. Ele, respondendo, disse: “A sanfona é outra nomenclatura. É o instrumento que o francês chama de acordeão e o italiano de fisarmônica. Existem variantes, como a concertina e bandônion, que é da família. Mas a diferença do acordeão para a sanfona é a mesma do pepino para a melancia. A que tem botão é a harmônica ou concertina, ou ainda o fole de oito baixos, ou de 12, ou de 24. Atualmente eu uso um tipo de acordeão que, em vez de teclado, tem botão, mas também é acordeão. Mas não adianta se bater no Nordeste, 40 milhões de nordestinos chamam de sanfona. Eu sou nordestino, então chamo de sanfona. Que, além de tudo, é um nome feminino”.

Mas não importam as denominações, nem a latitude ou a longitude, nem as distâncias, nem os idiomas. Quando se fala nesse instrumental de fole, o nome de Sivuca está sempre na cabeça. O músico se apresenta hoje, a partir das 21 horas, no ginásio do Sesc, com sua sanfona (ou como queiram chamar) e banda, com guitarra, baixo e bateria.

Com mais de 50 discos lançados no Brasil e em países como Japão, Estados Unidos, Canadá, França, Suécia, Dinamarca, Itália, Alemanha e África do Sul, Sivuca é o “sanfoneiro” brasileiro mais reconhecido lá fora.

Sua música percorre os ritmos nordestinos, passando pelo jazz, chorinho, samba, ritmos gaúchos, frevo, bossa nova, folclore africano e música erudita.


Carreira


A música começou para Sivuca no interior da Paraíba, onde nasceu em 26 de maio de 1930. “Aos três anos eu já ouvia o maracatu de Jopeca, um cidadão que tinha um pequeno grupo do outro lado do rio. Quando passava o maracatu tocando, eu corria e ficava sentado em cima do baú, batendo os agudos na parte de cima e os graves na parte de baixo”, lembra.

Aos cinco anos ele ganhou uma gaitinha de boca do pai. Aos nove, sua primeira sanfona. Aos 16, estreou na Rádio Clube de Pernambuco, integrando a Orquestra de Nelson Ferreira, grande nome do frevo.

“Eu ia para a escola e, na volta, estudava e tocava debaixo de um pé de manga. O meu grande conservatório foi uma mangueira”, brinca.

Aos 18 anos, já dominando choros requintados, como os de Pixinguinha, começou a escrever e conheceu o jazz. Aos 20, chegou em São Paulo com suas orquestrações e inquietações debaixo do braço.

Nos anos 50, Sivuca construiu sua fama nos principais espaços de música do Rio de Janeiro e excursionou fora do País pela primeira vez em 58.

A partir daí, não pararia mais, fazendo longas temporadas - Portugal, França e Estados Unidos - e boas amizades de palco: tocou com Benny Goodman, Harry Belafonte, Toots Thielemans, Charles Aznavour e a sul-africana Mirim Makeba, que na época, radicada nos Estados Unidos, conheceu grande sucesso com a presença de Sivuca em seu grupo.

No Brasil, apenas para ficar com alguns nomes, Sivuca fez show, compôs e gravou com Valdir Azevedo, Carmem Costa, Nara Leão e Chico Buarque, entre muitos outros.

O melhor de tudo é que a música universal de Sivuca tem os pés cravados naquela ancestral mangueira da Paraíba. Por isso, ele se diz à vontade tanto numa sala de concertos italiana, tocando o “Moto Perpétuo”, de Paganini (peça escrita originalmente para violinos e pianos, mas que ele adaptou para sanfona e sinfônica), quanto animando um forró numa feira popular nordestina.

Serviço

Sivuca e Banda, hoje, 21h, no Sesc. R$ 10,00 e R$5,00 (matriculados, estudantes com comprovante e pessoas acima de 65 anos). Av. Aureliano Cardia, 6-71. Informações: 235-1750.




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