A decisão dos servidores municipais de retomar a coleta de lixo domiciliar em Bauru com 30% da frota usada normalmente para o serviço, anteontem à noite, praticamente não mudou a situação da cidade: há muito lixo acumulado nas calçadas à espera da coleta. Até as 14 horas de ontem, os coletores haviam recolhido 128,7 toneladas de lixo ao aterro sanitário, portanto menos que a produção diária da cidade, em torno de 220 toneladas.
Mesmo somando-se o lixo recolhido por particulares, o volume ainda é muito pequeno comparado à quantidade de material acumulado nas calçadas e lixeiras, estimado em 1,3 mil toneladas. Os servidores estão em greve por reajuste salarial desde quinta-feira, sendo que a maior adesão é na área da coleta de lixo.
Uma empresa que presta serviço de retirada de entulho depositou 2,4 toneladas de lixo no aterro sanitário entre anteontem e ontem. Já vários trabalhadores informais que estão prestando serviço de coleta de lixo e a própria população, juntos, depositaram 7,1 toneladas de material no aterro. Ao todo, portanto, entre anteontem à noite e ontem à tarde, foram recolhidas ao aterro sanitário 138,3 toneladas de lixo.
Conforme a Empresa Municipal de Desenvolvimento Urbano e Rural de Bauru (Emdurb) já havia informado, se todos os coletores voltassem ao trabalho será preciso cerca de uma semana para retirar todo o lixo das ruas. Com 30% da frota trabalhando - o que, segundo a Emdurb, é pouco menos que 30% dos funcionários -, não há como regularizar a situação.
Com a retomada parcial da coleta, estão trabalhando no período noturno três caminhões com quatro coletores e um motorista cada um, o que representa 30% da frota que deveria estar atuando. Já durante o dia, estão nas ruas cinco caminhões com equipe de cinco funcionários cada um. Ontem, o Sindicato dos Servidores Municipais (Sinserm) e o prefeito Nilson Costa voltaram a conversar sobre as reivindicações da categoria, mas por enquanto não houve acordo para o fim da greve.
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