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11/07/01 00:00 -

Expoentes da renovação?

Expoentes da renovação?

(*) Fernando José Dias da Silva
E quem disse que as velhas lideranças, os carcomidos, as velhas formas de fazer política tinham sido enterradas com a nova onda ética que varria setores da sociedade e cuja discussão ocupou páginas e páginas dos jornais? As mais recentes pesquisas estão aí para desmentir os otimistas. Quem são os políticos que encabeçam as pesquisas para as eleições dos governos dos Estados? Gente moderníssima como Paulo Maluf, em São Paulo, Newton Cardoso, em Minas Gerais, Anthony Garotinho, no Rio de Janeiro, Antonio Carlos Magalhães, na Bahia, Joaquim Roriz, em Brasília, e muitos mais. Exemplos de como se governa avançando. Todos preparados para ocupar novamente cargos que já ocuparam e de onde saíram aclamados pelo povo. Paulo Maluf é clássico. Aparece em primeiro lugar na preferência da população para o governo de São Paulo. Maluf é indestrutível. Nem mesmo o furacão Celso Pitta consegue deixar que o eleitor paulista esqueça o doutor Paulo. E bota renovação nisso tudo. Mas não é só Maluf que renasce revigorado, lustroso, firme e decidido para continuar na sua vida pública. Orestes Quércia, o ex-governador, um dos primeiros pós-modernos que teve a coragem de privatizar a Vasp a qualquer preço também anda mais ativo do que nunca. É um dos mais importantes integrantes do PMDB que está trabalhando pela candidatura Itamar Franco. É a velha veia oposicionista que volta a pulsar novamente com maior intensidade. Newton Cardoso tem o mesmo estilão de Quércia. Uma coisa de peso. A população tem tudo para estar feliz e fazer festa na praça. As forças políticas vão se aglutinando para revelar o verdadeiro perfil daqueles que pretendem a cadeira de presidente da República. Ciro Gomes se aliou ao PTB. Outro exemplo de modernidade. Afinal, foi o PTB o principal esteio na defesa de Fernando Collor no episódio do impeachment. Ciro Gomes não precisa de mais nada. Tendo ao lado Eduardo Jefferson e Gasttone Righi não sobra dúvida de que a candidatura é mesmo de oposição. Itamar Franco é outro expoente da renovação. Seu estilo mostra bem como o atual governador de Minas atua. Anthony Garotinho é a própria definição do neo-populismo. Não acrescenta nada faz tudo igualzinho aos que outros fazem. Quanto a Lula, é preciso prestar atenção na conversão. Querem que ele apareça limpinho, defendendo as forças do mercado expiando os desvios anteriores, o estatismo provecto dos tempos em que o PT se dizia um partido socialista. E é por isso que o eleitorado fica dividido. Na sua eterna credulidade, ele não sabe como escolher entre o modernismo da oposição ou o ultramodernismo do governo. A equipe que inseriu o Brasil no mundo está tendo dificuldades para proporcionar aos seus governados o acesso à cultura do primeiro mundo. A cultura da batedeira elétrica que é comandada pela voz, da geladeira que prepara dry-martinis impecáveis. Bom é que as empresas estrangeiras estão entendendo a situação e procurando colaborar. A BMW, por exemplo, já está trazendo a sua linha popular. São carros que vão custar R$ 90 mil. Uma mão na roda para quem está precisando trocar de automóvel. Tudo isso é prova cabal e insofismável de que o eleitor sabe escolher. Seu voto é racional e dirigido pelo bom senso. Só mesmo aqueles que não entenderam nada é que pensam que a cidadania é passiva. Não faz pressão para impor as suas demandas. Ao contrário, estão todos aí dispostos a dar a cota de sacrifício no racionamento da luz, na possível subida dos preços sem mesmo perguntar por quê? A população vota bem e tem confiança nos seus eleitos. Um exemplo de amadurecimento.

(*) O autor Fernando José Dias da Silva é articulista da Agência Estado




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