O grande sonho dos trabalhadores sem-terra do acampamento da fazenda Santo Antônio, a exemplo de demais sem-terra paulistas, é ver implantada a escola itinerante.
“Dessa forma, a escola acompanharia as mudanças do acampamento e nossos filhos não perderiam aula toda vez que trocássemos de cidade”, explica Dílson Peixoto, um dos coordenadores do acampamento.
O projeto Escola Itinerante já foi implantado com sucesso no Rio Grande do Sul, após autorização do Conselho Estadual de Educação daquele Estado, em novembro de 1996.
A Escola Itinerante de Acampamentos de Reforma Agrária foi criada a partir de reclamações de crianças e adolescentes expressas durante o 2.º Congresso Infanto-Juvenil do MST, em outubro de 1995, e encaminhada por um grupo de 11 jovens à Secretaria do Estado da Educação do Rio Grande do Sul.
Desde então, a secretaria reconhece oficialmente as aulas ministradas por professores do movimento em acampamentos. As crianças recebem documentos emitidos pela escola-base da Itinerante, podendo ingressar em regimes regulares assim que são assentadas.
Hoje, há seis unidades do projeto: duas em acampamentos na cidade de Tupaciretã, e as restantes estão nos municípios de Lagoa Vermelha, Pantano Grande, Giruá e Piratini. Todas têm estrutura definitiva de lona, tubos, mesas e cadeiras desmontáveis, que poderá seguir os acampados em seus movimentos.
O currículo da escola itinerante foi desenvolvido em oficinas conjuntas do Setor de Educação do MST, Secretaria Estadual de Educação e acampamentos de Santo Antônio das Missões e Júlio Castilhos, tendo como suporte legal a escola do assentamento no município de Nova Santa Rita. A contratação dos professores é feita através de convênio com a Secretaria de Educação.
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