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MPF pede investigação policial para três postos de combustível

MPF pede investigação policial para três postos de combustível

Patrícia Zamboni
A partir dos resultados das análises feitas pelo Departamento de Química da Unesp de Araraquara, que possui convênio com a Agência Nacional de Petróleo (ANP), em amostras de combustível colhidas em postos de Bauru, o procurador da República do Ministério Público Federal (MPF), Pedro de Oliveira Machado, protocolou pedido de instauração de inquérito policial na Polícia Federal, anteontem.

Nessa primeira etapa da operação que está sendo coordenada pelo MPF na cidade, foram coletadas amostras em sete estabelecimentos, no dia 29 de maio, sendo que os resultados referentes a três postos indicaram situações fora das especificações de qualidade dos combustíveis, exigidas pela ANP.

Os três postos que apresentaram irregularidades nas amostras analisadas foram o Modelo, Camélias e Atlanta. Segundo o procurador Machado, no primeiro estabelecimento as análises realizadas pela Unesp e supervisionadas pela ANP, das amostras que foram coletadas por técnicos do Instituto de Pesos e Medidas (Ipem), indicaram a presença de 7,43% de teor de benzeno (solvente) em uma bomba de gasolina, e de 8,62%, da mesma substância, na amostra coletada numa segunda bomba, também de gasolina. Segundo Machado, o teor máximo permitido é de 2,7%.

Além disso, em uma dessas bombas também foi registrado 23% de teor de álcool na mistura com a gasolina, sendo que o permitido pela ANP, na época em que as coletas foram feitas, era de 19% a 21%. “O teor máximo de benzeno permitido pela ANP é de 2,7%. Nas amostras coletadas no posto Modelo, os percentuais das duas bombas analisadas ficaram muito acima disso e essa substância é prejudicial à saúde dos trabalhadores e ao meio-ambiente. Para o teor de álcool, a ANP permitia a presença da substância entre 19% e 21%, na época das coletas. A partir de junho, o percentual máximo passou para 22%. Os técnicos do Ipem fizeram a coleta das amostras seguindo à risca as orientações passadas pela Unesp”, afirma o procurador da República.

O proprietário do posto Modelo foi procurado pela reportagem, ontem, mas não retornou ao recado deixado no estabelecimento. Tentamos falar com o gerente, Leonel Vasconcelos, mas a funcionária que atendeu ao telefonema feito pelo JC, Célia, disse que ele não estava autorizado a conceder nenhuma entrevista. Então, a reportagem solicitou à funcionária que entrasse em contato com o dono do posto, solicitando a ele que retornasse a ligação ao JC ainda ontem, impreterivelmente, para fazer uso do seu direito de resposta. Porém, não houve retorno até o fechamento dessa edição.

Nos postos Camélias e Atlanta, os resultados foram iguais: 23% de teor de álcool verificado nas amostras de gasolina coletadas em ambos os estabelecimentos. Consultado pelo JC, o proprietário dos dois postos, Eduardo Cozza, disse que vai entrar em contato com a empresa YPF, administradora da base da qual ele compra os combustíveis comercializados em seus estabelecimentos, para saber a causa desses resultados. Segundo ele, antes dos caminhões tanque da YPF descarregarem em seus postos, são feitos os testes de qualidade exigidos pela ANP.

“Eu ainda não fui notificado sobre o resultado dessas análises, mas, imediatamente vou entrar em contato com a YPF para saber o que aconteceu e tomar as devidas providências em relação a esse assunto. Estou estranhando esses resultados porque, antes de deixar o caminhão descarregar o combustível nos meus postos, eu faço os testes exigidos pela ANP que indicam o teor de álcool, a densidade e a temperatura do produto. Se não estiver dentro dos padrões, não entra no posto”, afirmou o empresário.

Nas análises de amostras coletadas em outros quatro postos da cidade, os resultados apontaram “indicadores suspeitos”. Porém, não teria sido possível um diagnóstico exato, segundo o procurador da República que está coordenando as ações. Em função disso, essas amostras serão encaminhadas novamente à Unesp de Araraquara para uma reanálise. De acordo com os resultados finais, o MPF decidirá sobre a necessidade, ou não, de instauração de inquérito policial para esses estabelecimentos.




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