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06/07/01 00:00 -

Inadimplência teve queda de 18%

Inadimplência teve queda de 18%

Patrícia Zamboni
Levantamento do SPC mostra os resultados de junho. Economista diz que consumidor pode estar mais cauteloso

De acordo com o levantamento mensal realizado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), o número de registros de inadimplentes no comércio de Bauru, em junho, teve uma queda de 18,52% em relação ao mesmo período do ano passado. Ao todo, foram efetuados 4.214 novos registros no cadastro do órgão, contra 5.172 em junho do ano que passou.

Porém, o número de exclusões - nomes que foram retirados da lista de inadimplentes do SPC - também ficou mais baixo este ano, atingindo a marca de 26,08% menos que em junho do ano passado. Os números do SPC mostram 3.687 cancelamentos realizados este ano, contra 4.988 no mesmo período do ano de 2000.

O número de consultas (físicas, jurídicas, de cheques, cartório etc.) feitas por lojistas junto ao órgão de proteção ao crédito foi 18,34% menor este ano, na comparação com junho do ano passado. O levantamento indicou 43.683 consultas realizadas no mês passado, contra 53.499 em junho do ano que passou.

Para Reinaldo César Cafeo, delegado do Conselho Regional de Economia (Corecon), os resultados do levantamento do SPC podem ser indicativos de que os consumidores estariam reduzindo o volume de compras, por isso, proporcionalmente o número de inclusões de nomes no cadastro de inadimplentes teria diminuído. Por outro lado, as pessoas que estão incluídas na lista do órgão estariam encontrando dificuldades para saldar suas dívidas e tirar o nome do SPC.

“Diante dos números levantados pelo SPC, é possível analisar que há uma evidente queda no nível de atividade comercial. Provavelmente, algumas informações que estão sendo divulgadas na mídia, sobre a atual conjuntura econômica do País, estariam levando os consumidores a uma certa retração. Porém, não se pode concluir que essa redução nas compras é generalizada, pois o pagamento parcelado pode estar sendo substituído pelas compras à vista, em função da alta das taxas de juros”, analisa o economista.

De acordo com ele, a redução da quantidade de nomes incluídos no cadastro do órgão em junho, na comparação com o mesmo período do ano passado, poderia ser um indicativo de que as pessoas estão mais pontuais com os pagamentos. Porém, o economista alerta para o fato de que, à medida em que cai o universo de consumo, a probabilidade de inclusão de nomes também é menor. “Fazendo as contas, em termos relativos, as inclusões de nomes registradas em junho estão mantendo o mesmo percentual do total de consultas efetuadas junto ao SPC. Ou seja, as inclusões diminuíram porque também houve queda nas consultas, nessa mesma proporção”, diz Cafeo.

Também na análise proporcional do economista, ele conclui que as pessoas continuariam com sérias dificuldades para saldar suas dívidas e retirar o nome do cadastro de inadimplentes. “Isso pode ser um reflexo de situações como as de dificuldades financeiras e de desemprego, que impossibilitariam os consumidores de quitar seus débitos no comércio. Isso também pode ser a confirmação da análise inicial, sobre a retração do volume de compras. Diante de dificuldades financeiras, pode ser que muitos consumidores estejam mais cautelosos e retraídos”, conclui Cafeo.




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