Os reitores das universidades públicas de São Paulo propuseram negociação em outubro. Unesp fará nova assembléia
Os reitores das universidades públicas do Estado de São Paulo - USP, Unicamp e Unesp -, em reunião realizada na última segunda-feira entre o Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp) e o Fórum das Seis, negaram reajuste salarial aos professores e funcionários e propuseram uma nova negociação em outubro. A informação é do professor Norival Agnelli, presidente da Associação dos Docentes da Unesp (Adunesp) de Bauru.
“Eles estão protelando cada vez mais as discussões sobre política salarial”, comentou Agnelli sobre o posicionamento dos reitores.
No encontro proposto para outubro, seria discutida a possibilidade de aplicação de política salarial baseada na forma de gatilho. Ou seja, os professores seriam contemplados com reajuste sempre que a arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) ultrapassa o limite fixado.
Agnelli lembra que a fórmula foi aplicada no ano passado. “No ano passado, nós apostamos no aumento da arrecadação do ICMS e ganhamos. Tivemos reajustes por conta disso. Agora, nós estamos propondo o teto fixado no ano passado, mas os reitores querem fixar um teto maior. Só que a crise de energia e a crise da Argentina podem representar uma arrecadação menor este ano”, observou o professor.
Em Bauru, os professores devem marcar uma assembléia para os próximos dias, com o objetivo de discutir as medidas que podem ser adotadas frente ao endurecimento das negociações.
No entanto, os professores apostam que a mobilização reascenda em agosto, após as férias. “É provável que a mobilização aumente, com ápice em setembro, e pode resultar em greve. Estamos tentando esgotar as possibilidades de discussão para que não haja greve, mas parece que os reitores estão endurecendo”, disse Agnelli.
Paralisação
Na última segunda-feira, dia que foi realizada a reunião entre o Cruesp e o Fórum das Seis, houve uma paralisação parcial no câmpus de Bauru. De acordo com o professor Geraldo Bérgamo, houve adesão de mais de 90% dos professores, com apoio dos alunos. Alguns professores que haviam marcado prova optaram por manter as atividades, em virtude do feriado estadual da próxima segunda-feira, para que o calendário de férias não fosse alterado.
Uma assembléia foi realizada na parte da manhã, com cerca de 160 participantes, e um debate foi organizado para o período noturno, com participação de cerca de 70 alunos. “É um número significativo, considerando que as atividades estavam paralisadas”, observou Bérgamo.
Na próxima quarta-feira, 11 de julho, os presidentes das Adunesps regionais e central estarão reunidos em São Paulo, no prédio da antiga Reitoria, na Praça da Sé, para discutir uma pauta que inclui a questão salarial. “É importante refinar a mobilização para que ela aconteça coordenadamente”, salientou o professor Bérgamo.
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