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Suspensão do atendimento pela Unimed desespera os servidores

Suspensão do atendimento pela Unimed desespera os servidores

Redação
Os servidores públicos municipais, que desde a meia-noite não têm mais cobertura do plano de assistência médica da Unimed, estão reclamando da suspensão das cirurgias, internações, consultas e exames, e esperam acordo com a cooperativa. O atendimento aos servidores foi suspenso já que a Prefeitura não pretende prorrogar o contrato de prestação de assistência médica ao funcionalismo público municipal.

A partir de hoje, as cirurgias agendadas sem internação não serão cobertas pelo Serviço de Previdência dos Municipiários (Seprem) e até então feitas pela Unimed. Os tratamentos prolongados, como fisioterapia e quimioterapia, serão interrompidos.

Alguns casos especiais ainda estão sendo discutidos, como o atendimento às gestantes, cuja situação ainda está indefinida.

Já os pacientes internados permanecerão nos hospitais até receberem alta médica. Os servidores, principalmente os portadores de doenças graves, mostraram-se preocupados com a situação, e reclamam por providências por parte do poder público. É o caso de Rosa Aparecida Moraes de Oliveira, que é portadora de cardiopatia grave. “Toda vez que vou ao doutor Razuk ele me interna. Com a suspensão do atendimento da Unimed, minha vida vai se tornar muito mais difícil. Na verdade, não sei como vai ficar minha vida agora. Isso revolta a gente”, desabafou.

Rosa afirma que já teve três enfartes, passando por três cateterismos, duas angioplastias, e teve implantadas duas pontes de safena e uma ponte de mamária. Em decorrência de sua doença, necessita de acompanhamento médico constante, já que precisa de cerca de nove tipos de medicamentos diferentes. “Quando começo a passar nervoso, começo a chorar”, afirma.

A paciente espera que o poder público tome providências para que suas consultas e seus tratamentos não sejam suspensos. “Eles vão ter que dar um jeito. O funcionário público vai morrer? Para o SUS eu não vou! Se for necessário, eu até pago um pouco mais, já que eu necessito”, enfatizou.

Jeaneti Serrano Esteves é mais uma servidora pública que deve enfrentar problemas com a suspensão do plano de assistência médica ao funcionalismo municipal já que, em virtude de um câncer de mama, está realizando tratamento à base de quimioterapia. O tratamento solicitado pelo médico é de 8 sessões de quimioterapia. No entanto, a terceira sessão seria realizada no próximo dia 11 de julho. “Não estou nem na metade do tratamento! Eu simplesmente não sei como vai ser, como vou dar continuidade ao meu tratamento. Se eu deixar de fazer, estarei me arriscando. Se eu quiser salvar a minha vida com a quimioterapia, terei que fazer pelo SUS”, prevê.

A servidora, que trabalhou como professora e aposentou-se no último dia 28 de dezembro, mostra descontentamento e esperanças de um acordo para a renovação do contrato com a Unimed. “Eu nunca precisei utilizar a Unimed. Quando eu preciso, acontece isso. A única solução é a Prefeitura renovar o contrato”, disse.

A situação de Benedita de Souza dos Santos ainda não está definida, já que ela está grávida de oito meses e não sabe se haverá um acordo para atender às gestantes. Ela aproveitou o último dia de atendimento da Unimed aos servidores públicos municipais, ontem, para consultar-se com seu médico.

No entanto, a gestante ainda necessita de acompanhamento médico pré-natal e tinha uma consulta marcada para o dia 24 de julho. “Eu não gostaria de fazer pelo SUS, gostaria de fazer com o meu médico, que acompanhou toda a gestação, além da minha primeira gravidez. Nós já temos confiança nele”, alegou.

Cristina Simone da Fonseca também terá seu plano de assistência médica suspenso. Ela tem bronquite e necessita de atendimento de um médico pneumologista a cada dois meses. Sua filha de 15 anos, Adriani Simone da Fonseca, é portadora de problemas auditivos e epilepsia. Além disso, está no quarto mês de gestação. “Minha outra filha de 17 anos tem problema nos ossos e faz tratamento. Essa situação complicou bastante a nossa vida. Sinceramente, não sabemos o que vamos fazer”, observou.

Unimed

De acordo com a assessoria de imprensa da Unimed, os servidores públicos municipais representam 10% do total de associados, à cooperativa somando cerca de 15 mil pessoas.

A cooperativa teria interesse em renovar o contrato e estaria dependendo de um posicionamento da Prefeitura Municipal, estando à disposição para conversa e negociação, de acordo com a assessoria.




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