O grande patrono do “Petróleo é Nosso”, nobilíssimo e notável escritor Monteiro Lobato (José Bento Monteiro Lobato), em sua escalada martirológica pró-libertação econômica, política, social e cultural de nosso povo, que nunca repousou e nem dormiu em berço esplêndido, adquiriu em sua autêntica e combativa passagem pela vida uma imorredoura gratidão e idolatria aos bovinos!
Antes, digressemos para compreendermos a dimensão inter-estelar desse gênio do pensamento e da ação, do maior patriota que o Brasil já conheceu e que os nossos governantes, salvo pequenas e honrosas exceções, não lhe deram o menor apoio e, pelo contrário, aliados ao capital internacional colonizador, obstaculizaram e sabotaram seus planos, destruindo-lhe toda vida preciosa, ceifada, aproximadamente, aos 66 anos de idade!
Monteiro Lobato usava da metáfora para vergastar e conscientizar o povo, direcionando-o à luta heróica!
Atacando corajosamente os trustes dizia que a partir de 1930 o brasileiro se utilizava cada vez menos do cérebro para pensar; que a maioria dos estadistas nacionais da época pensava com o calcanhar, com os cotovelos, com certos penduricalhos - raramente com os miolos; daí, entre outras coisas, a bancarrota, a miséria horrível, tão grande que a massa da população rural já estava perdendo a forma humana, pois havia povoados inteiros de papudos (bócio endêmico) - e nos fundões de Goiás, surgiram as primeiras criaturas de rabo: involução darwínica. Degenerescência física, por miséria fisiológica, por subnutrição crônica não observada nem entre os chineses... e os trustes sorriram e entre si combinaram: com um bom tapa-olho nessa gente que vegeta de cócoras sobre um oceano de petróleo, ficarão a vida inteira a comprar o petróleo nosso... e quando esgotá-lo, então exploraremos “os nossos campos no Brasil”.
E os bois do pantanal matogrossense, onde foi o mar de Xaraés, vão recusando a água dizendo com seus grandes olhos: “Isto é óóóleo...!”.
São as “oil supages” e que têm uma importância enorme: não são indício de petróleo. É o próprio, que por força das pressões internas escapa por fendas e derrama-se na superfície - petróleo verde-castanho, do melhor!
O antigo Mato Grosso, com 1.478.000 quilômetros quadrados, é uma parte do anti-passado mar mediterrâneo de Xaraés, onde barrado pela Cordilheira dos Andes e montanhas norte-sul brasileiras, formou-se um formidável lençol de petróleo, isso sem contar com a imensa costa atlântica leste, que do Iapoque ao Chuí, banha nosso gigante Brasil, ali onde a geofísica e geodésia, comprovando-nos a existência do “ouro negro”, nos apontam o caminho inevitável de nossa libertação nacional contra o domínio imperialista, as endemias, a fome e a miséria!
Monteiro Lobato editou o “Escândalo do Petróleo e Ferro”, em agosto de 1936, com o seguinte subtítulo: “Depoimento apresentado à Comissão de Inquérito sobre o Petróleo”, oferecido às Forças Armadas, assim explicitado: ao Exército e à Marinha do Brasil dedicamos este livro sincero e desesperado. Exército e Marinha constituem a parte armada da nação, os órgãos com que ela assegura a sua dignidade e soberania. (Elias Calixto Bitar - RG: 1.502.745)
|
máx. 31° / min. 12°
