O governo, através do Banco Central, vem se utilizando da combinação de uma política fiscal austera, com forte atuação na arrecdação e diminuição nos gastos, e, uma política monetária apertada, monitorando de perto a liquidez do mercado, induzindo a taxa de juros de equilíbrio.
Ao optar por essa combinação o governo procura manter sob controle a Inflação. O raciocínio nesse caso é que estabilizando a moeda pode-se implementar ações que possibilitem cumprir as demais metas de política econômica.
Alguns colegas defendem, no tocante a política monetária, uma rigidez maior. Falam inclusive em dolarizar a economia.
Isso engessaria por completo a atuação do Banco Central no mercado. Ficaríamos reféns da política monetária dos Estados Unidos e do mercado internacional de divisas.
Vale lembrar que a Argentina enfrenta uma grave crise por ter optado pelo câmbio fixo, dolarizando a sua economia. Está, no que podemos chamar em uma “sinuca de bico”: se desvaloriza o peso, quebra o país e as empresas, se não desvaloriza, quebra também, só que mais lentamente.
Precisamos nos preparar para uma maior internacionalização da economia. A Área de Livre Comércio das Américas (Alca) forçará uma mudança na política monetária e até na própria moeda, todavia, na minha ótica, ainda não é o momento.
No estágio que está a economia brasileira precisamos garantir autonomia ao Banco Central. Seria, inclusive, um bom momento para discutirmos a possibilidade de desatrelar o Banco Central da equipe econômica, sendo independente, como é, por exemplo, o Banco Central norte-americano.
Podemos não concordar com uma política monetária apertada que inibe a expansão econômica, mas não podemos aceitar que caiamos na mesma armadilha da Argentina, comprometendo o nosso futuro.
Devemos sim ficar de olho no gato e no peixe, e, quando chegar o momento, agirmos, sempre no interesse do País.
(*) Reinaldo César Cafeo é delegado do Conselho Regional de Economia (Corecon), consultor de empresas e professor na Instituição Toledo de Ensino (ITE)
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