Quando se fala em economia, seja lá do que for, tem sempre aquele que acha que é melhor que os outros. Não pela atitude de ser “do contra”, mas pelo acinte de suas ações. O senhor que mora na quadra quatro da Edmundo Antunes, por exemplo, parece um cidadão respeitoso e respeitável, tendo responsabilidade na condução dos seus entes queridos e dos colegas de trabalho a um patamar melhor na escala da qualidade vida. Para isso, ele acorda cedo todos os dias e após algumas tarefas de praxe higiênica, ele vai lavar o quintal do seu sobrado classe média e aproveita pra dar um banho no carro, também. Todo mundo limpo, todo dia de manhã, pois parece que água não falta pra isso. Mas todo dia, senhor, precisa lavar garagem, carro e calçada? E o advogado que procura nos defender das arbitrariedades de setores do Governo a respeito de determinada taxa que regulamenta, a grosso modo, os índices de aumento dos juros no sistema financeiro. Tem um ar de respeitabilidade maior, principalmente quando passa em seu mercedes importado, semelhante às cobiçadas vans americanas, e atende ou dá instruções no seu celular, enquanto se dirige, e dirige o automóvel, para o seu escritório. Se ele não presta atenção a essa infração, que dirá a outras tantas menores, mas que num conjunto mais amplo serão tão grandes quanto sua tenacidade em combater a injustiça do sistema financeiro do País?
E, pra não deixar escapar a oportunidade, os motoristas compenetrados, aparentando tanta respeitabilidade quanto os senhores destacados acima, sejam homens ou mulheres, mais de 30 ou menos de 60 anos, que se sentam atrás do volante e nunca se lembram de alertar o pedestre e os outros respeitáveis motoristas de que irão virar na próxima esquina? Não são aqueles pós-adolescentes que compram os pacotes de sanduíches e sucos do MacBib’s, vão às ruas vizinhas deixar o lixo por lá, como na 29 de Outubro, por exemplo. São pessoas com ares de respeito, que inspiram seriedade e bom senso, os primeiros a nos dar mau exemplo nas coisas mais simples, mas que sempre surgem na hora de exigir que os comportamentos éticos sejam observados. Como diria meu pai, “macaco que não olha o rabo”. (Álvaro Filho - 11620537-4 SSP-SP)
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