Especialista defende limite para Ciência

Integrante da comissão de Bioética da OAB disse que o futuro depende de ponte entre o saber científico e humanístico

A professora doutora em Direito Civil da USP e membro da comissão de Bioética da OAB-SP, Silmara Chinelato e Almeida, disse, ontem, que o futuro da humanidade depende de uma ponte entre o saber científico e humanístico. A afirmação refere-se ao livro “Bridge to the Future”, de 1972, considerado o precursor das discussões de Bioética. A pesquisadora participou, ontem de manhã, do II Seminário de Ética em Pesquisa, que acontece na Universidade do Sagrado Coração (USC).

“Os princípios da filosofia, de quem é o ser humano e a sua atuação no mundo, devem sempre ser discutidos. Caso contrário, a ciência fica sem limites”, afirmou. “Estão fazendo de tudo hoje em dia, até hibridação de gameta animal com humano, misturando animal com homem”, comentou.

A especialista, que publicou recentemente “Tutela Civil do Nascituro”, pela editora Saraiva, defendeu a discussão de uma legislação mínima para evitar abusos da ciência. Segundo ela, profissionais de várias áreas deveriam participar. Segundo ela, a tendência é que a legislação que trate da vida seja pensada por profissionais de áreas diversas.

Na palestra que proferiu ontem, Silmara falou dos direitos dos nascituros, isto é, daqueles que ainda não nasceram. Ela disse que a legislação tem avançado muito nesta área.

A palestrante defendeu a indenização a danos causados a nascituros. Ela disse que há muito tempo danos de animais são indenizados e só agora os nascituros estão recebendo maior importância. “Há uma preocupação maior com a vida antes do nascimento”, afirmou.

Segundo a pesquisadora, os nascituros têm direitos como a integridade física, a alimentação, ser reconhecido como filho, de ser adotado e de receber doação e herança.

Uma platéia atenta, formada por cerca de 400 pessoas, conferiu a palestra da pesquisadora, ontem. Entre eles, muitos estudantes de Direito da ITE foram atraídos pela palestra da integrante da Comissão de Bioética da OAB-SP.