Taxistas podem exigir RG de usuários

Projeto, aprovado por unanimidade ontem, tem por objetivo dar mais segurança aos profissionais da área

Os taxistas e mototaxistas de Bauru já podem exigir documentos de identificação de seus passageiros. Ontem, a Câmara Municipal aprovou por unanimidade projeto de lei de autoria do vereador Renato Purini (PDT) autorizando esses profissionais a exigir documentação dos usuários antes do embarque nos veículos.

Purini explicou que o objetivo do projeto, que agora segue para sanção do prefeito Nilson Costa (PPS), é possibilitar aos mototaxistas e taxistas da cidade mais segurança no exercício de suas atividades. “Não podemos permanecer inertes e omissos diante de uma situação que vem causando pânico entre essas duas classes trabalhadoras, que lutam as duras penas para sobreviver.”

O vereador pedetista lembrou drama vivido recentemente pela mototaxista Patrícia Correa Lima, 30 anos, encontrada morta depois de fazer uma corrida. Seu projeto dá o direito de mototaxistas e taxistas de recusarem a prestação de serviço caso os passageiros dificultem a identificação. Também fica reservado aos profissionais o direito de repassar a identificação à Polícia Militar, para efeito de pesquisa.

Mais segurança

O presidente do Sindicato dos Taxistas, Caminhoneiros e Transportadores Autônomos de Bauru e Região, Waldir Faria Freitas, acredita que o projeto de Purini vai oferecer mais segurança aos profissionais da área. “É uma maneira a mais de dificultar a ação de assaltantes contra taxistas.”

Para ele, além de exigir o documento de identificação do passageiro ou dos passageiros, o taxista deve, antes de iniciar a viagem, comunicar a seu companheiro de ponto o destino da corrida e qual o tempo aproximado de retorno. “Se ele não retornar no tempo previsto, é preciso acionar a polícia”, recomenda.

O sindicalista não tem uma estatística exata que aponta o número de assaltos registrados entre taxistas no período de um mês. “Isso depende muito da época. Mas há períodos em que ocorre um assalto por semana ou até mesmo mais.”

Freitas explica que, em alguns casos, o taxista prefere não registrar Boletim de Ocorrência (BO) em caso de assaltos. “Muitos ficam envergonhados porque foram infantis ao aceitar a corrida de pessoas suspeitas.” Acumulando 31 anos de profissão, ele já foi vítima de assaltos duas vezes. “Nós sabemos a hora que estamos saindo de casa, mas não sabemos a hora que vamos voltar e como vamos voltar.”

Circulam pelas ruas de Bauru cerca de 200 táxis. Os veículos são pilotados por pelo menos 300 profissionais.