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31/05/01 00:00 -

Não acredito em bruxas, mas...

Não acredito em bruxas, mas...

José Almodova
Não tenho faro, nem tampouco o poder de prever acontecimentos futuros. Contudo, não deixo de pensar - com meus botões - que será difícil livrarmo-nos dos apagões, e com eles, das infelicidades, inseguranças e um sem número de distúrbios que teremos de aturar por todo o País. Em conseqüência, não é somente esse o problema que vejo a cada dia que passa.

Seja no trato que as autoridades devam dar na busca das medidas mais cabíveis (ainda praticamente a cerca de 20 dias, num passo de ensaio). Seja pela imediata interposição que algumas pessoas já buscaram em defesa de seus - “inalienáveis direitos” e somente seus - da forma que melhor lhes pareça, apelando para a justiça, que por sua vez... Seja pelo procedimento de profissionais que, advogando, transcendem a todos os demais cidadãos do País, quanto ao fenômeno do triste aborrecimento que se nos ocorre, e que (segundo parece), dele não nos livraremos tão facilmente.

E o que é ainda pior, que na justiça hajam conseguido tratamentos paralelamente improdutivos, advindos de alguns magistrados no contexto judicial - “a toque de caixa” - certas causas como é a que se apresenta, sabidamente incabíveis em tais circunstâncias. Exercícios que demonstram frágeis discernimentos tecnológicos, pelos que aceitam piamente defender alguns postulantes de um produto que não se estoca - razão porque não pode ser distribuído com distinção - eletricidade, pode faltar e sofrer o racionamento no suprimento. Um produto (que foi de malfadado trato nas administrações dos últimos 30 anos), pela ausência de: investimentos técnicos de reparo, expansão, distribuição administrada em todo País, e que jamais deveria coexistir, da forma que se encontra no estágio atual. O que brevemente se tornará inviável, porque dependente das forças da natureza - recursos naturais - nada mais do que água em quantidade, capaz de gerar a energia suficiente ao País; não somente a alguns privilegiados cidadãos que denotam mostrar-se alheios à sociedade e à cidadania...

Conquanto, entendendo que o governo brasileiro vem buscando encontrar a melhor das soluções cabíveis e viáveis na resolução do problema (embora transferindo à sociedade civil a maior parcela visando solução do problema, via racionamento). Assim, não lhe manifesto perdão por sua afirmativa quando se disse pego de surpresa. Na verdade, é tido e sabido, repito - que há cerca de 30 anos passados, especialistas e autoridades, vêm cobrando dos governantes, suporte necessário para a reorganização da distribuição de energia, por todo o Brasil. No presente momento, apenas vivemos a expectativa de tomar conhecimento de quanto será o preço de tais conseqüências. Estamos certos de que a maioria da sociedade brasileira recrimina: governantes, políticos, maus profissionais, servidores e administradores peculatários. Contudo, vejo que a sociedade vem se manifestando coesa no atendimento aos apelos da presidência. Embora nem todos tenham culpa no cartório, irmanam-se no atendimento ao chamado (não unicamente do presidente Fernando Henrique Cardoso), mas da pátria. Pois avalia-se que o caso é seríssimo e demonstra que, com energia elétrica não se brinca, como infelizmente até agora foi tratada no Brasil.

Em países jovens - ainda imaturos como é o nosso - as responsabilidades por tudo o que de mau trato possa acontecer (emanentes de administrações consecutivas como vem de ser nosso problema energético), via de regra recaem drasticamente sobre a sociedade civil. O apelo público - ou por imposição - sempre recairá sobre a sociedade civil, “sem choro nem vela”, há de provir do bolso da maior parte dos cidadãos honestos do País. A propósito, a afirmativa que acabei de fazer me lembra um fato verdadeiro - que tomo a liberdade de retratar - ocorrido quando responsável pelo setor de estatística do DER, por cerca de 10 anos na pesquisa mensal dos acidentes rodoviários, na então jurisdição de Bauru. Ali, numa expressão matemática aplicada à estatística verifiquei o que de imediato reconheci ser o óbvio. Comparando as curvas - de ocorrência de acidentes com as de aplicação de multas por infrações, ocorridas no mesmo período - seguiam procedimento inversamente proporcionais. Isto é, na medida em que se aumentava o número de aplicações de multas, caíam os números de acidentes. Obviamente, em contrapartida, quando diminuía a aplicação do número das multas, aumentava o número dos acidentes. Moral da história: o que na verdade assusta os brasileiros é enfiar a mão no bolso. Teria sido isso que - em princípio - o presidente Fernando Henrique pensou?!..., parece que sim. - Fico por aqui.




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