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Homicídio e suicídio chocam J. Marília

Homicídio e suicídio chocam J. Marília

Redação
Os corpos foram encontrados por parentes do casal, na noite de domingo, na casa em que morava Luiz Gilberto

Um homem de 39 anos matou sua esposa e, em seguida, suicidou-se, em sua residência, localizada na quadra 2 da rua Albino Ribeiro, no Jardim Marília. Os corpos foram encontrados na noite do último domingo, aproximadamente às 21h30, por parentes do casal. A vítima apresentava marcas de estrangulamento e o acusado de homicídio estava enforcado, pendurado por uma corda. A Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) instaurou um inquérito para apurar o caso, de acordo com a delegada Rejani Borro Tiritan.

A vítima, Celina Aparecida Franco, de 37 anos, estava separada de Luiz Gilberto Boaventura há cerca de um mês e, desde então, morava com parentes em uma casa localizada na rua Joaquim Felipe de Melo, no Jardim Godoy. De acordo com testemunhas, ela havia saído de casa na tarde de sábado para alimentar seu cachorro, na residência de Luiz Gilberto.

Celina não retornou durante o sábado, despertando suspeitas, entre seus parentes, de que algum problema poderia ter acontecido, de acordo com sua sobrinha, Sandra Cristina Carvalho de Souza Martins. “Ela sempre ligava de onde estava. Desta vez, ela não ligou. Nós imaginamos que ela poderia estar na casa da mãe, mas ficamos preocupados”, afirma.

No domingo, Celina foi procurada na casa de outros parentes e não foi localizada. Preocupados com seu desaparecimento, seu filho, Eduardo Boaventura, seu irmão, Antônio de Souza, e outros parentes decidiram procurá-la na casa de Luiz Gilberto, na noite de domingo. “Nós chamamos do portão e ninguém atendeu. As luzes do quarto e do banheiro estavam acesas e nós acreditamos que eles poderiam estar lá dentro. Da janela, só dava para ver uma bíblia sobre o sofá”, expôs Eduardo.

Os parentes arrombaram a janela do quarto de Luiz Gilberto e depararam-se com os corpos do casal. Celina estava deitada sobre a cama, sangrando pela boca e pelo nariz e, ainda, com marcas no pescoço. Luiz Gilberto estava enforcado, pendurado por uma corda presa ao teto do cômodo.

No quarto em que os corpos foram encontrados havia quatro bilhetes manuscritos. Três deles eram desenhos e frases de carinho da filha do casal, N.B, de 15 anos, ao pai. O quarto bilhete, no entanto, aparentemente era destinado a N.B. e havia sido escrito por Luiz Gilberto. Em tom de desabafo, ele dizia estar descontente pelas acusações de maus tratos que a filha havia feito em relação a ele. Ainda assim, escreveu que a amava e que gostaria de ter tido a oportunidade de despedir-se.

De acordo com Eduardo, também foram encontrados no local do crime remédios para depressão e seringas.

A polícia foi acionada e os corpos foram encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) para a averiguação das causas das mortes.

O filho do casal, Eduardo, relatou que, na última quinta-feira, seu pai o havia procurado para entregar algumas fotos de sua infância. “Ele me entregou as fotos de quando eu era pequeno e disse que já era hora de eu ficar com elas”, contou.

Ele acrescenta, ainda, que Luiz Gilberto já havia mencionado a possibilidade de suicidar-se. “Ele me falou que a solução para os problemas seria a morte dele e da minha mãe, mas nós não acreditamos. Não ligamos para o que ele estava falando”, disse.

A DDM instaurou, ontem, um inquérito para apurar o caso. Parentes e vizinhos deverão ser ouvidos pela delegada titular, que também aguarda os laudos do IML sobre as causas das mortes.

Inquérito

A delegada da DDM, Rejani Borro Tiritan, afirmou que um inquérito havia sido instaurado, no dia 27 de abril, para apurar uma denúncia feita contra Luiz Gilberto sobre maus tatos à sua filha, N.B., de 15 anos. A ocorrência foi apresentada à delegacia pelo Centro Regional de Atenção aos Maus Tratos na Infância (Crami), após uma denúncia anônima.

De acordo com Rejani, esses problemas teriam levado o casal à separação.




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