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Dúvidas e notícias on line

Dúvidas e notícias on line

Roberta Mathias
Emitir opiniões é uma característica marcante do ser humano. O pescador não poderia ser uma “espécie” diferente. Quando o assunto é pescaria, alguns têm opiniões divergentes, outros guardam seus segredos e há aqueles que preferem compartilhar e buscar olhares diferentes sobre o mesmo assunto. As salas de conferência, também conhecidas como fórum, tornaram-se aliadas importantes na busca por soluções, dicas e discussões sobre este rico mundo da pesca.

Para quem ainda não conhece as salas de conferência ou fórum, vale a pena descobrir mais esta possibilidade de trocar informações sobre o assunto preferido do pescador: pescaria. Funciona assim: um site define a seção onde o navegador poderá colocar perguntas ou responder as colocações de outros pescadores. Um assunto pode ser abordado por vários navegadores, o que enriquece a discussão e oferece mais subsídio para os interessados pelo assunto.

Ao acessar uma sala de conferência, é possível consultar as perguntas e as respostas de todos que passam por lá, inclusive as suas colocações estarão disponíveis aos usuários e sujeitas às colocações de outros navegadores.

É claro que as mensagens ficam disponíveis por um determinado espaço de tempo, que pode ser uma semana, mês ou ano, depende de cada site. O curioso é que nessas salas formam-se grupos de amigos, que podem não se conhecer pessoalmente, ou até mesmo não compartilharem o mesmo país, mas têm uma paixão em comum. Não é difícil encontrar em fóruns, de diversos assuntos, brasileiros que residem em outros países e encontram lá a possibilidade de estar sempre em sintonia com o seu país de origem.

As salas de conferência em sites de pesca também são úteis e informativas. O navegador pode perguntar sobre a melhor época de pesca para determinado peixe; onde encontrar iscas específicas; discutir leis; posições governamentais; questionar posturas éticas das entidades ambientais; denunciar; propor pescarias; enfim, acredite, “fala-se” de tudo em uma sala de conferência.

A seção Pesca & Lazer fez um “passeio” por dois sites que possuem páginas interativas e encontrou curiosidades e assuntos importantes sendo debatidos. Escolhemos os sites “The Fishing World”, coordenado por Egidio Santoro e Dieter Kelber, e outro mais recente, “Pescaventura”, administrado por Rubinho Almeida Prado. Ambos possuem assuntos interessantes, que podem contribuir para o fortalecimento da pesca amadora no Brasil.

No site “The Fishing World”, muitos assuntos curiosos e interessantes são abordados. Um desses questionamentos presentes na Conferência é sobre pesca esportiva. “É ou não é pesca esportiva?”

O navegador Gerson P. Kavamoto deixou uma mensagem na Conferência do TFW com o questionamento sobre a pesca esportiva, em 04/03/01 - 23h38. Ele coloca a sua definição e sugere que outros visitantes façam o mesmo. Para ele, a “pesca esportiva é aquela praticada dentro de um regulamento no qual existe atleta praticante e julgador” e explica cada etapa da sua linha de raciocínio. Outros navegadores, com conceitos semelhantes ou diferentes também emitem suas considerações sobre o assunto, Snook (você pode usar um apelido), por exemplo, lembra da indústria da pesca, que necessita também da competição. Para ele, pesca amadora é aquela “praticada com os mesmos apetrechos da pesca esportiva, porém com o objetivo de lazer ou para consumo próprio, respeitadas as medidas e quantidades estipuladas para cada espécie”.

Outro navegador atento, Alexandre, apontou a questão da sobrevivência do peixe ao ser liberado: “acredito que antes de determinar um conjunto de regras e leis elaboradas pelos homens, devemos enxergar e compreender as regras que já estão estabelecidas pela natureza, regras que regem a harmonia dos ecossistemas há milhares e até milhões de anos... e então, basta respeitar estas regras que tudo estará resolvido...”

Como as respostas comentadas, várias outras podem ser conferidas na sala, é curioso e muito produtivo a discussão de assuntos que, às vezes, ainda não estão claramente definidos para nós. Além disso, o espaço acolhe muitas denúncias que acabam chegando aos órgãos competentes. Um exemplo é a colocação do pescador/navegador José Geraldo Parreiras Filho, que disponibilizou aos visitantes a sua indignação com relação à forma de pesca em Pirassununga, em mensagem de 20/05/01 - 07h43. “Fui a Pirassununga para conferir e realmente tem muito peixe, principalmente pequenos dourados e muito, muito mesmo, curimbatás, papa-terra, etc.

Achei interessante a forma que um pescador (acho que foi profissional) usou para ganhar um bom dinheiro: apoitou umas dez canoas no rio, todas amarradas umas nas outras, e aluga para quem desejar pescar a R$ 30,00 por dia.

Mas apesar de muito peixe, saí de lá muito irritado, pela forma que quase todos que lá estavam usam para pescar o curimba. Dois anzóis em cima e por fim uma enorme garatéia. 90% dos peixes são pegos na lambada. Imaginem quantos peixes não são cortados diariamente, uma barbaridade...”

Já no Fórum do “Pescaventura” outro assunto importante está em discussão: tamanho máximo para a captura de algumas espécies. O pescador Valdo colocou uma mensagem em 21/5/2001 sobre o assunto, lembrando que “é interessante que observemos um tamanho máximo também, a fim de preservar os bons reprodutores. Como ainda não existem estudos para isso, gostaria de colocar na prática algumas medidas para os peixes que costumo pescar:

- Black Bass: 40 cm
- Traíra: 40 cm
- Tilápia: 30 cm
- Robalo peva: 40 cm
- Robalo flexa: 45 cm

Sugestões são bem vindas ...” Na resposta, o Marco, do site Pescaventura fez uma colocação: “Existe uma dúvida (pelo menos pra mim) com relação a se fixar um tamanho máximo sobre os peixes. Se fixo num tamanho máximo qualquer, como poderemos ter, no futuro, bons reprodutores? ou em outras palavras, se permito que os peixes sejam embarcados até 40 cm (por exemplo) como estes chegarão a 50, 60 cm?” A resposta de Valdo vem na sequência: “A intenção em determinar um tamanho máximo não quer dizer que estamos liberados para matarmos todos os peixes que estejam entre estes tamanhos. Temos que partir do ponto de vista de que o pescador gosta de levar alguns peixes que pega para uma refeição com sua família, um bom sashimi, etc. A sugestão é que estes peixes que são levados estejam entre este tamanho máximo e mínimo. Assim, tanto aqueles peixes que ainda não se reproduziram como os bons reprodutores estarão livres”.

Mas um assunto nada agradável também correu pelos dois sites, nesta última semana: o falecimento de Luis Saburo, um dos proprietários da Point Pesca e do barco Marco Polo, que compartilhou momentos de pesca com vários frequentadores do TFW e do Pescaventura.

Participar de salas de conferências pode ser um novo prazer ao pescador, que encontra amigos, informações e curiosidades relacionadas ao universo pesqueiro. Divergir não significa discutir. Buscar opiniões diferentes abre novas portas sobre o mesmo assunto. Vale a pena experimentar.

Serviço

* The Fishing World
www.fishingworld.com.br
* Pescaventura
www.cosmo.com.br
seção Pescaventura




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