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17/05/01 00:00 -

Tilápia, um peixe que veio para ficar

Tilápia, um peixe que veio para ficar

Roberta Mathias
De origem africana, a tilápia já pode ser encontrada em todas as regiões tropicais do planeta. O Brasil também não ficou de fora e recebeu, de Norte a Sul, esta irmã africana do brasileiríssimo tucunaré.

É difícil encontrar um pescador que nunca tenha fisgado uma tilápia. Apesar de ter sido marginalizada por alguns por ser um peixe pequeno, com espinhos, a tilápia mostrou-se capaz de superar preconceitos e, agora, faz parte, inclusive, do cardápio de muitos brasileiros.

São quatro espécies de tilápia que podem ser encontradas no Brasil: tilápia do Nilo, ou nilótica (Oreochromis niloticus); a tilápia rendali (tilapia rendali); tilápia Zanzibar (Sarotherodon hornorun); e a “Saint Peters”, uma variedade desenvolvida em Israel.

A mais popular é a nilótica, que pode ser encontrada na maioria dos pesqueiros, chegando a pesar cinco quilos. Já a rendali, originária do Congo, é menor, pesando em média um quilo, e muito procurada pelos pescadores esportivos. A rendali, considerada onívora, também pode ser capturada com iscas artificiais, mostrando mais agressividade do que as outras espécies. A “Saint Peters” também pode ser encontrada em pesque-pagues brasileiros, atraindo principalmente as crianças, por sua coloração avermelhada.

Apesar da tilápia ter preferência por temperaturas quentes, é bastante resistente às mudanças de temperatura, adaptando-se com facilidade. A espécie também tolera baixos índices de oxigênio e possui uma alimentação variada.

A capacidade de reprodução da tilápia é altíssima, o que exigiu muitas pesquisas para que fosse possível a sua criação e introdução em lagos. Aos seis meses, algumas espécies já estão aptas a reproduzir. Além disso, como o tucunaré, a espécie tem um cuidado especial com a prole, garantindo um alto índice de sobrevivência. Para evitar superpopulações, o que seria prejudicial a outras espécies do lago, são introduzidos peixes predadores, como a traíra e o tucunaré, que controlam a população da tilápia.

Na piscicultura, o desenvolvimento foi proporcional e os avanços na área genética contribuíram muito para o sucesso da criação em cativeiro. O processo de reversão sexual permite que o criador tenha um número quase que zero de fêmeas, impedindo a reprodução. Além disso, o macho cresce mais do que a fêmea, o que aumenta o interesse para a criação.

A tilápia já faz parte do cardápio de muitos brasileiros, que utilizam seu filé para fazer sashimi, à parmeggiana, aperitivos e outras variações, de acordo com a criatividade de cada um. Além de ser muito saborosa, a carne de peixe é saudável, o que incentiva seu consumo.

Pescaria de tilápia

Em pesque-pagues, a tilápia divide a balança com o pacu. Muitos pescadores preferem a nilótica, que também oferece resistência ao ser fisgada. As crianças são as mais encantadas, pois encontram na tilápia o sucesso de sua pescaria. Os pesqueiros, normalmente, possuem tanques de tilápia que se transformam em parques para as crianças. Dificilmente alguém sai sapateiro.

Já a rendali é mais procurada por pescadores esportivos, em lagos e lagoas. As iscas artificiais despertam sua agressividade, o que encantam ainda mais o pescador.

Para quem ainda não teve a oportunidade de fisgar uma tilápia, ou mesmo saborear o seu filé, o período não é o mais indicado, pois elas costumam alimentar-se menos quando há queda de temperatura. Porém, em pesqueiros, onde a quantidade de peixes é maior, é possível arriscar, conseguir fisgar um exemplar e saborear um sashimi de tilápia. Vale a pena!

Nome popular: tilápia nilótica
Nome científico: Oreochromis niloticus


Habitat: Originárias do continente africano, mais precisamente do rio Nilo, as tilápias nilóticas povoam as águas lênticas de lagoas e represas por todo o Brasil.

Técnicas de pesca: Deve-se utilizar uma vara telescópica com 2,10 a 4,20m de comprimento, linha 0,25mm de diâmetro com o comprimento da vara, bóia pena, chumbo fixo na linha e um anzol com tamanho variando entre número 12 e 14. Como as tilápias nilóticas dificilmente se alimentam de pequenos animais (insetos, minhocas, etc), as melhores iscas serão: capim, erva doce, milho verde cozido e massa. Recomenda-se o uso de três varas ao mesmo tempo, com uma isca diferente em cada vara, pois assim pode-se descobrir qual a isca de preferência do peixe e passar a pescar com a mesma isca nas três varas. Também é recomendado que se faça uma ceva com milho e capim, para que a concentração dos peixes aumente.

Dica: A produtividade da pescaria é maior durante a noite, com um farolete apontado para a água, pois as tilápias são atraídas pela luz e não enxergam o pescador.

Melhor época: Podem ser pescadas durante todo o ano, sendo que no verão é mais fácil de serem capturadas, pois se alimentam com mais freqüência.

Nome popular: tilápia rendali
Nome científico: Tilápia rendali


Habitat: De origem africana, a tilápia rendali foi introduzida em lagoas e represas de todo o Brasil, onde se adaptou muito bem, sendo considerada como um peixe muito esportivo, pois pode ser capturado tanto com iscas naturais como com iscas artificiais, já que é considerado um peixe onívoro.

Técnicas de pesca: A tilápia rendali pode ser pescada de duas maneiras:

a) Iscas Naturais: Deve-se utilizar uma vara telescópica de 2,10 a 4,20m de comprimento, linha de 0,25mm de diâmetro, bóia pena, um pequeno chumbo fixo na linha e um anzol tipo maruseigo número 10, 12 ou 14. As melhores iscas são as minhocas, bicho do pão e bicho da laranja. O pescador deve procurar barrancos onde possa encontrar algum tipo de ceva natural, ou seja, árvores derrubando pequenos frutos na água, locais onde há concentração de insetos (lâmpadas que permanecem acesas sobre a água durante a noite), etc. Este tipo de pescaria é considerado como sendo o mais tradicionais de todos .

b) Iscas Artificiais: Deve-se utilizar equipamento de ação leve, composto de uma vara para linhas de 8 a 14Lbs, carretilha ou molinete que comporte 100m de linha de 0,25mm de diâmetro e pequenas iscas tais como: spinners, plugs de meia água ou de superfície. Pode-se também utilizar equipamento de fly (mosca) número 5 a 8 dependendo da isca que se for arremessar, nesse caso deve-se utilizar as iscas que forem mais parecidas com os insetos existentes na região. Procede-se arremessando em locais onde exista alguma ceva natural.

Dica: Caso a água do pesqueiro seja muito limpa, mantenha a maior distância possível, pois as tilápias não atacarão a isca caso vejam o pescador .

Melhor época: As tilápias entram em atividade no mês de outubro com o aumento da temperatura, podendo ser pescada até o mês de abril.

fonte: pesca.com.br




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