O reitor José Carlos Trindade compareceu à retomada de obras do Hospital Regional e confirmou interesse na gestão
O Hospital Regional de Bauru, com 450 leitos, o maior do Interior do Estado de São Paulo, teve suas obras retomadas oficialmente ontem, com a visita do governador, Geraldo Alckmin (PSDB). A obra física será entregue em setembro do próximo ano, com investimentos de R$ 56 milhões pelo Estado, um custo 20% menor que o contrato original segundo Alckmin. Antes de ser finalizado, o Hospital Regional já tem interessados na administração do complexo hospitalar. O reitor da Universidade Estadual Paulista (Unesp), José Carlos Trindade, confirmou, ontem, durante a solenidade de retomada das obras, que há interesse na administração do complexo, que seria incorporado às funções de hospital universitário.
O secretário estadual de Saúde, José da Silva Guedes, contemporizou que o assunto será discutido somente no próximo ano. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) também não definiu o assunto, mas considerou que a Unesp é uma das entidades habilitadas para a função. Outro ponto que reforça a vocação universitária do hospital é a definição, pelo Estado, de que será uma unidade de “nível terciário, voltada para ensino de pós-graduação e pesquisa”.
O reitor da Unesp, José Carlos Trindade, confirmou que a universidade tem “grande interesse em ampliar sua atividade neste setor e esta unidade estaria dentro da perspectiva da universidade. A Unesp vê com bons olhos uma proposta neste sentido. O fato da Unesp ter uma faculdade de Medicina nesta região colabora em muito, não só no sentido de atender à população, mas como também no sentido de ampliar o número de alunos residentes para a formação na área. O Hospital Universitário também tem uma diferenciação no SUS para o repasse de verbas. Além disso, nós temos um Hospital Universitário sobrecarregado cuidando de casos extremamente graves. Então nós precisaríamos de uma unidade, tanto para o antendimento quanto a a formação de novos profissionais, e esta unidade pode ser uma boa proposta”, disse o reitor da Unesp.
O governador comentou que “o hospital amplia a vocação de Bauru como um grande centro de serviços no Interior do Estado, uma vocação que fica consolidada com mais esta obra. A obra só foi retomada agora porque o governador Covas tinha 22 esqueletos de hospitais, sem pagamento, inclusive este. O governador Covas, corretamente, começou pela capital e pela Grande SP, terminando esses hospitais primeiro. Depois vieram os do Interior, o de Bauru é o segundo, depois de Sumaré. O hospital de Bauru é o maior de todos e vamos entregá-lo até o final do ano que vem. A obra já tem 250 trabalhadores em atividade”.
Geraldo Alckmin destacou que “o mais importante não é o prédio, é o hospital funcionar e funcionar bem. Este hospital já tem os recursos para os equipamentos reservados, da ordem de R$ 21 milhões. Este hospital será 100% gratuito, pelo SUS, e de qualidade. Até o ano que vem vamos definir o modelo de gestão, mas ele é gratuito e com qualidade e pode ser mais eficiente na sua administração”. O governador lembrou que “nunca foi prometido o término do hospital, nós dissemos que íamos seguir as prioridades, como fez o Covas. Isso vale para a duplicação da rodovia Bauru-Marília. É uma prioridade da região, é importante, mas só vamos iniciar sua finalização quando tivermos recursos para começar e terminar a obra. Nós não pretendemos fazer nenhuma concessão nas rodovias. As próximas obras no setor serão todas feitas com verbas do Estado”, adiantou.
O governador lembrou que “está sendo investido em Bauru no maior hospital de todos os que estão sendo entregues pelo governo em todo o Estado, como também estamos construindo um aeroporto internacional que é a maior obra no setor do Interior do Brasil, veja a importância da cidade. O que nós pudérmos ajudar o Município em relação aos problemas estruturais nós vamos fazer. Eu vou conversar com o prefeito”.
Custo da obra
O Estado vai investir R$ 57 milhões no Hospital Regional, sendo R$ 36 milhões para o término da obra física e R$ 21 milhões para a compra de equipamentos. O terreno é de 63 mil m2 e a área construída de 23.500 m2. Serão 450 leitos distribuídos entre internação pediátrica, internação clínica médica, clínica cirúrgica, internação de queimados e UTIs coronarianas adulto e infantil. A obra foi iniciada em 1992, com investimento de R$ 1,7 milhão, e paralisada em 1994. O Estado começou a retomar as obras de 15 “esqueletos”, dos quais 11 já foram entregues.
O governador do Estado também inaugurou, na Maternidade Santa Isabel, o Instituto do Câncer de Mama, que tem capacidade para realizar 200 consultas/mês. O investimento foi de R$ 200 mil. O deputado estadual, Pedro Tobias (PSDB), autor do pedido, defendeu que “a mulher não pode ser mutilada. Esta obra é essencialmente social. De cada 10 mulheres, uma tem câncer de mama e o diagnóstico precoce é fundamental para a cura. Além disso, o custo é muito menor para o Estado e o resultado para o cidadão fantástico. Isso porque o câncer de mama custa R$ 4,7 mil para o Estado e o tratamento R$ 700 mil. Investir na medicina preventiva, além de humanizar a saúde, é mais barato”.
Dose certa
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) ainda entregou, simbolicamente, ao prefeito Nilson Costa (PPS), 2.400 toneladas de remédios produzidos pelo próprio Estado através de um programa batizado de Dose Certa. Ele comentou que são 901 mil unidades de remédios, ao valor de R$ 44 mil, que “são fabricados pelo Estado a um preço extremamente barato e distribuídos gratuitamente aos municípios. Bauru está recebendo hoje, mas os demais 644 municípios do Estado já estão recebendo, conforme a demanda e a produção. Nós recuperamos a Furp e estamos tendo um grande avanço nesta área com a distribuição dos remédios”, disse Alckmin.
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