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Postos ameaçam parar de aceitar cartão de crédito

Postos ameaçam parar de aceitar cartão de crédito

Patrícia Zamboni
Os postos de combustíveis de Bauru ameaçam parar de trabalhar com cartão de crédito dentro de 30 dias. A afirmação é do presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo (Sincopetro), Sebastião Homero Gomes. Segundo ele, o movimento local serviria para engrossar o boicote nacional que está sendo feito por donos de postos contra as administradoras de cartão de crédito. O objetivo é forçar as empresas a negociarem com o setor para reduzir as taxas de administração, que variam de 3% a 5%. Na cidade e região de Bauru, 187 postos são filiados ao Sincopetro.

De acordo com Gomes, apesar da data exata do boicote ainda não ter sido marcada, os postos já estariam se preparando para suspender o trabalho com cartão de crédito dentro de um mês. Segundo ele, há mais de um ano o sindicato tenta negociar com as administradoras de cartão para chegar a uma taxa “mais razoável” de cobrança, já que as atuais estariam dificultando a situação financeira dos postos. “É claro que não gostaríamos que isso acontecesse porque é um retrocesso. Mas, como as administradoras não estão querendo negociar, estamos chegando a um ponto sem saída. No mundo todo, o país que tem a maior taxa cobrada dos postos pelas administradoras é de 1%. No Brasil, a taxa é absurda”, diz.

Outro problema apontado pelo presidente local do Sincopetro seria a demora de 30 dias para os postos receberem o dinheiro dos serviços pagos através de cartão de crédito. “O dinheiro demora 30 dias para ser devolvido aos postos e, se um dono de posto quiser antecipar o recebimento desse dinheiro, terá que pagar mais 3% sobre o valor em questão. O grande problema é que a nossa margem de lucro já está bastante reduzida, girando em torno de 10%. Tendo que pagar tudo isso de taxas para as administradoras, reduz mais ainda o lucro. Sabemos que é um retrocesso parar de aceitar cartão, mas, com as condições que as administradoras impõem para nós, está ficando impossível trabalhar”, afirma. Segundo Gomes, além da taxa de administração os postos também pagariam R$ 60,00 por mês pelo aluguel de cada máquina eletrônica de conferência.

De acordo com Gomes, o Chile é o país onde a taxa de administração cobrada pelas empresas de cartão de crédito é mais alta: 1%, segundo ele. Além disso, o dinheiro seria recebido pelo dono do posto em sete dias, sendo que no Brasil esse prazo é de 30 dias, como afirma Gomes. Segundo o presidente do Sincopetro, em todas as tentativas de negociação feitas, as administradoras teriam se mostrado irredutíveis. “As empresas nunca aceitaram negociar a redução dessas taxas e dizem que, se nós não quisermos mais trabalhar com elas, é só devolver as máquinas”, diz Gomes.

De acordo com ele, nos dois postos de combustíveis de sua propriedade as vendas realizadas através de cartão de crédito giram em torno de 5% a 10%. Porém, existiriam postos em que essa porcentagem chega a 40%.

Em nota oficial, divulgada à Imprensa anteriormente, a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito (Abecs) informou que as taxas de administração cobradas variam de 1,5% a 5% e que seriam calculadas com base em critérios que abrangem o valor das transações, impostos e risco da atividade, entre outros.




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