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Lei das multas vai à Procuradoria

Lei das multas vai à Procuradoria

Gilmar Dias
Garmes questiona a lei aprovada pela Câmara que autoriza a Emdurb a pagar funcionário com dinheiro de multas

O vereador Antonio Garmes (PSDB) vai representar à Procuradoria Geral do Estado para questionar a validade da lei aprovada pela Câmara Municipal, que autoriza a Empresa Municipal de Desenvolvimento Urbano e Rural de Bauru (Emdurb) a usar dinheiro arrecadado com as multas de trânsito para pagamento de salários de funcionários do Departamento de Sistema Viário (DSV).

O projeto de lei foi aprovado na última sessão legislativa por 11 votos a favor e nove contra. Ele explicou que, desde o primeiro instante, entendeu que havia ilegalidade e inconstitucionalidade na matéria. “Especialmente porque analisando o artigo 320 do Código de Trânsito Brasileiro verifica-se que o legislador federal permite que sejam utilizadas verbas das multas em sinalização, engenharia de tráfego, de campo, policiamento, fiscalização e educação de trânsito.”

O vereador avaliou que o legislador federal, ao editar o artigo 320 do Código de Trânsito, não contemplou a possibilidade de se pagar salários de servidores de forma normal e continuada. “Diante disso, eu entendo que a lei local já aprovada padece de vício. Eu tenho conhecimento de que muitos pensam que a lei local não ofende a lei federal e nem a Constituição.”

O tucano diz que consultou profissionais especializados da área jurídica que também concordam com sua linha de raciocínio. “Eu resolvi fazer uma representação ao procurador-geral de Justiça do Estado para que ele analise a questão. E se o procurador entender da existência de ilegalidade e inconstitucionalidade, ele ajuizará a Ação Direta de Inconstitucionalidade. O procurador é competente para esse tipo de ação.”

Garmes informou que deverá encaminhar a representação nos próximos dias. Ele está aguardando a Diretoria de Apoio Legislativo da Câmara Municipal encaminhar a cópia do processo autenticada. Sem esses elementos, não é possível protocolar a representação.

O Legislativo tem 15 dias de prazo para fornecer a documentação. “Tenho certeza de que a Diretoria da Câmara não vai usar os 15 dias para fornecer os documentos. O setor é bem estruturado e funciona bem.”

O tucano disse que uma das fundamentações da representação é o desvio de finalidade. “Setenta e cinco servidores vão receber salários provenientes do dinheiro das multas. Fico preocupado se generalizar esse tipo de comportamento na Administração.”

Ele afirma que tem consciência de que o procurador geral de Justiça poderá entender que não há ilegalidade e nem inconstitucionalidade na lei. “Mas estarei satisfeito por ter cumprido com minha obrigação.”




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