Bauru e grande região - Sexta-feira, 04 de outubro de 2024
máx. 31° / min. 12°
26/04/01 00:00 -

A Intervenção de Walter Costa na reunião entre vereadores e prefeito evitou os pedidos de exoneração de secretários. Edmundo Albuquerque (foto) é um dos mais fiéis ao prefeito.

A Intervenção de Walter Costa na reunião entre vereadores e prefeito evitou os pedidos de exoneração de secretários. Edmundo Albuquerque (foto) é um dos mais fiéis ao prefeito.

Gilmar Dias
Intervenção de Walter Costa na reunião entre vereadores e prefeito evita pedidos de exoneração de secretários

O prefeito Nilson Costa (PPS) escapou, ontem, de ‘engolir’ o pedido de exoneração de três secretários municipais, que seria feito pelos vereadores da bancada da situação. Segundo informações obtidas pelo JC, o bloco governista, que se reuniu com o prefeito no final da manhã, foi “orientado” pelo presidente da Câmara Municipal, Walter Costa (PPS), a não tocar no assunto, que no seu ponto de vista seria de competência exclusiva do Executivo.

Ainda extra-oficialmente, Walter, no entanto, deixou claro na sua intervenção que o prefeito precisa “se mexer” para atender a bancada e a população, dando a entender que é necessário evitar que o desgaste político provoque uma debandada do grupo. A ação pontual do presidente do Legislativo evitou que vereadores do bloco da situação que querem a exoneração de secretários, entre os quais figuram Milton Dota Jr. (PPS), líder do prefeito na Câmara, e Osvaldo Paquito (PL), externassem suas intenções.

Paquito, no entanto, não perdeu a oportunidade de mandar seu recado. Ele deixou claro na reunião que todos os secretários se prevalecem da amizade que têm com o prefeito para se manter no cargo. “Eles se acham intocáveis, imexíveis. Não atendem aos vereadores com o devido respeito; só conversam e acham que estão por cima da carne seca.”

O vereador, que disse ter conversado com Nilson “olho no olho”, acha que o prefeito deve dar mais uma chance aos secretários. Paquito reclamou do comportamento dos vereadores da bancada da situação. “A maioria deles só reclama, mas na hora do ‘vamo vê mesmo’ eu tive que falar e falei.”

Os vereadores situacionistas gostariam de ver exonerados de seus cargos os secretários de Administração, Flávio Uchoa; de Obras, Edmilson Queiroz Dias; e das Administrações Regionais, Celso Donizeti. Embora tenham sido “orientados” a desistirem de suas intenções, o grupo deixou claro na reunião de ontem o descontentamento com a manutenção dos três secretários no Governo Municipal.

Os motivos do descontentamento foram alvo de matéria veiculada na edição de ontem do Jornal da Cidade. O bloco da situação avalia que não há mais clima para que Flávio Uchoa permaneça no primeiro escalão, após o desgaste provocado pelo caso das marmitex. Já Edmilson Queiroz Dias, da Secretaria de Obras, é acusado de ficar três dias da semana em Lins, onde é professor na Faculdade de Engenharia. O titular da Sear, Celso Donizeti, é o mais visado.

Além do desgaste que lhe persegue desde as eleições municipais de outubro do ano passado, os vereadores governistas afirmam que ele não atende aos pedidos encaminhados. A reunião para discutir o desentrosamento entre o bloco da situação e a Administração serviu para o prefeito determinar a realização de um encontro semanal entre as duas partes.

Clube dos 13

Doze vereadores marcaram presença na reunião de ontem. São eles: Osvaldo Paquito (PL), Paulo Eduardo Martins Neto (PFL), Edmundo Albuquerque (PPS), Roberto Bueno (PTB), José Eduardo Ávila (PPB), José Walter Lelo Rodrigues (PTB), Pastor Luiz (PL), Leandro Martins (PPB), Walter Costa (PPS), Humberto Santana (PDT), Milton Dota Jr. (PPS) e Rodrigo Agostinho (PMDB), que se declara independente.

Outros dois vereadores - Renato Purini (PDT) e Majô Jandreice (PC do B) - foram convidados para a reunião, mas não compareceram, alegando compromissos assumidos anteriormente. Da parte da Prefeitura, além do prefeito, estiveram presentes o chefe de Gabinete, Antonio Sérgio Marsola, e o secretário municipal de Finanças, Raul Gomes Duarte Neto.

Secretariado não é imutável, diz Nilson

O prefeito Nilson Costa (PPS) reforçou, ontem, discurso no qual afirma que sua equipe de secretários não é “imutável”. “A qualquer momento algum secretário pode manifestar o desejo de sair por razões de ordem pessoal ou até mesmo por incompatibilidade. O prefeito também pode, a qualquer momento, manifestar o desejo de mudar sua equipe.”

Nilson não esconde que há vereadores que não simpatizam com alguns secretários. “Se nós medirmos vereador por vereador, existem aqueles que se simpatizam e os que antipatizam com este ou aquele secretário. O que tem que importar é o grau de confiabilidade do prefeito nos seus auxiliares.”

Ele garantiu que, em nenhum momento, foi informado de que a pauta da reunião de ontem com os vereadores da bancada situacionista constava assunto relacionado com pedido de exoneração de secretários municipais. “Assim como a gente não vai lá (na Câmara) examinar o mérito dos assessores dos vereadores, eles (vereadores) também têm tido essa compreensão de não emiscuir na área do Executivo.”

O prefeito avaliou que o encontro com os parlamentares foi bastante “amistoso”. Sobre a constante ausência do secretário municipal de Obras, arquiteto Edmilson Queiroz Dias, no comando da pasta, Nilson achou um exagero afirmar que ele se ausenta três dias para lecionar em Lins. A cobrança foi feita por um dos vereadores da situação.

“Dizer que o Edmilson fica três dias da semana fora da cidade é um exagero. Eu sei que ele leciona em Lins. Existem outros secretários que também lecionam. Com esse salário que Bauru paga aos secretários, não podemos exigir que eles tenham uma atividade única. O Edmilson fica meio período de um dia em Lins. Ele vai de manhã e retorna após o almoço.”

Para ilustrar que não cede às pressões dos vereadores da bancada da situação, o prefeito lembrou a situação pela qual passou o ex-governador Mário Covas com a secretária de Educação, Rose Neubauer. “Você já imaginou se o Covas tivesse que ceder às pressões que recebeu para exonerar a Rose Neubauer? Certamente ela não teria ficado seis anos no governo. Se em qualquer momento de crise tivermos que exonerar secretário, não fica ninguém.”




publicidade
As Mais Compartilhadas no Face
(SF) © Copyright 2024 Jornal da Cidade - Todos os direitos reservados - Atendimento (14) 3104-3104 - Bauru/SP