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25/04/01 00:00 -

Vista sua máscara

Vista sua máscara

Ricardo Polettini
Grupo Moitará promove palestra-espetáculo hoje, na Oficina Cultural; atores pesquisam o uso de máscaras no teatro

Ao contrário do que se pensa, uma máscara não esconde, mas revela. É isso que afirma o ator e pesquisador Venício Fonseca, do grupo carioca Moitará. Junto com a atriz Érika Rettl, ele promove hoje, às 19h30, na Oficina Cultural “Glauco Pinto de Moraes”, uma palestra-espetáculo sobre este acessório tão misterioso que é a máscara.

“A máscara, quando está viva, em cena, ela é o próprio teatro. Representa essa natureza, em estado cru, vai além do convencional”, define Fonseca. Segundo ele, as máscaras são divididas em tipos: neutras, abstratas, larvárias, expressivas, meias-máscaras e acento.

Dessas, as mais instigante são as neutras, baseadas na calma e percepção, transmitem o silêncio, não tem futuro nem passado. “É a base de todas as outras, um estado de vigília”, explica o ator.

As larvárias possuem expressões próximas às humanas, mas em estágio anterior. As expressivas e abstratas, como os próprios nomes dizem, são carregadas desses atributos.

Já as meias-máscaras, também chamadas de “máscaras falantes”, cobrem metade do rosto, deixando livre a boca e a fala. Restam os acentos, “as menores máscaras do mundo”, que acentuam certas partes do rosto. Destas, o nariz de palhaço talvez seja o exemplo mais clássico.

“Quando o ator utliliza a máscara, ela deixa de ser objeto para ser sujeito”. Só esta definição já dá uma idéia do que será abordado no encontro de hoje, denominado “A Máscara na Energia do Ator”. Depois, a partir de amanhã, o grupo começa a oficina “O Jogo da Máscara Teatral”, com duração de dez dias, sempre das 18 às 22 horas. As inscrições podem ser feitas no local.

A oficina visa preparar o ator para a prática teatral com máscaras e desenvolverá uma metodologia que envolve trabalho físico com articulações, treinamento com ações físicas, diversos jogos com o assessório e construção de cenas a partir deles.

Moitará

O Grupo Moitará nasceu em 1988, convicto da idéia de desenvolver um trabalho da arte de ator, fundamentado nos estudos dos aspectos e funções da máscara teatral, para a codificação de uma metodologia própria a serviço do treinamento do ator.

Ao longo desses anos, o grupo aprofundou seu conhecimento etnológico, técnico e cênico da máscara, estruturando algumas propostas que, em forma de projetos de oficinas, espetáculos, exposições e palestra-espetáculo, contribuindo para o trabalho de grupos e artistas de vários estados do Brasil.

Atualmente, o Grupo Moitará vem estudando tipos populares da cultura brasileira para a criação de máscaras, fazendo alguns paralelos com “tipos” da Commedia Dell’Arte. Treze Máscaras diferentes estão em fase de codificação de suas características de jogo diferentes, que se apresentarão em seus futuros espetáculos.

Serviço

Palestra-espetáculo com o Grupo Moitará, hoje, 19h30, na Oficina Cultural Regional “Glauco Pinto de Moraes”. Grátis. De amanhã a 5 de maio, oficina sobre uso de máscaras. Grátis. Rua Amazonas, 1-41. Informações: 231-1100 / www.oficinasculturais.sp.gov.br.




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