Fico perplexo com o papel desempenhado pelos economistas dentro da imprensa brasileira. Eles são portadores do discurso mais enganoso da atualidade. É isso mesmo, o tal do discurso economicista, quando analisado, deixa de lado o País num todo e dá valor somente à economia, ou melhor, às finanças. São poucos os que conseguem produzir algo fora desse contexto. São uma espécie de ventríloquos do poder (em todos os níveis), pois, com raríssimas exceções, sempre estão tentando impor a idéia de que o pior já passou. Vivem querendo tranqüilizar o mercado, ou seja, engrupir quem está do lado de cá. É o tal do negócio de trapacear a realidade, enfiando goela abaixo do povo, índices e mais índices, dando um valor exagerado para a tal da conjuntura econômica.
Ainda outro dia, o sempre presente Emir Sade, estava acertadamente definindo-os como “abnegados Pollyanas, que têm diariamente a árdua tarefa de justificar o injustificável, de justificar tudo e o seu contrário”. Lembro também da poesia de Chico Buarque na letra da música Sonhos Sonhos são, onde diz “pálidos economistas pedem calma”. São uns chatos de galocha. Bajulam o poder e produzem um texto intragável. Sustentam-se na promiscuidade com esse poder e falam numa linguagem que não serve para quase nada. Tudo para essa gente tem que estar atrelado ao que o capital internacional determina. Fora disso, para eles, não existe mais saída. Fazem o sinal da cruz só de pensar no País deixando de pagar o FMI, mas não citam os países que o fizeram e se deram bem. Para responder qualquer perguntinha, das mais simples, têm que consultar a Bolsa de Valores, nos enchendo o saco com índices, cotação do dólar e entrada de capitais especulativos no País. Não enxergam nada além disso. (Henrique Perazzi de Aquino - RG 9710205)
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