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O Dia das Polícias

O Dia das Polícias

(*) Dr. Abel Fernando M. Abreu
Daltro Santos dá-nos uma bela descrição lírica de Pátria, cuja reprodução aqui nos parece oportuna, porque, através dela, vamos evidenciar o que amanhã será comemorado como o Dia de Tiradentes. “A Pátria é tudo: quereis que vos diga tudo e eu nada vos digo, porque ela palpita e freme tão forte, tão exclusiva, tão deslumbrante e multiforme nos mais íntimos recessos do meu ser, que o espírito a sente e não pode dizê-la, que o lábio a nomeia e não sabe louvá-la, que o coração a estremece e não consegue explicar a comoção que ela derrama nele! (...)

A Pátria é tudo, porque é o lar, porque é o templo, porque é a escola, porque é o quartel e a fábrica, a biblioteca e o laboratório, o campo e o gabinete, a nau e a locomotiva, a fazenda e a mina.” A Pátria é que nos dá os seus símbolos e os seus valores humanos. Cultuados uns, outros esquecidos. Sobressaem-se apenas aqueles cujas datas comemorativas viraram tradição. A tradição é a irmã gêmea da história, contando os ideais do passado, relembrando os feitos, as datas, os ritos, os costumes, os perfis dos homens e das damas célebres. A tradição identifica um homem com sua pátria, revelando-lhe o valor moral e espiritual dos vultos históricos. A tradição é que nos fala de Caxias, de Marcílio Dias, de Getúlio, como nos fala de Riachuelo, dos Guararapes, da Retirada de Laguna, do Itororó, daquela coragem indômita, dos sofrimentos, dos sacrifícios, das angústias.

É a tradição que nos fala do 7 de Setembro, 12 de Outubro, 15 de Novembro, 19 de Novembro, 13 de Maio, 21 de Abril, dia de Tiradentes, dia de Joaquim José da Silva Xavier. Foi Tiradentes que deu os primeiros passos para a nossa emancipação política. O seu sacrifício, afinal, não foi em vão, pois, 30 anos depois de sua morte, três dos inconfidentes assistiram, orgulhosos, e com o coração redimido, o episódio épico às margens do Ipiranga. Joaquim José da Silva Xavier era à época um policial e, por isso, tornou-se a personalidade singular das polícias do Brasil. Sejam elas (as polícias) federais, estaduais ou municipais, o que importa é que o seu Patrono será o alferes Xavier, enquanto perdurar a vigência do Decreto Lei n. 9.208, de 29 de abril de 1946 e legislação estadual correlata.

Como é tradição narrar a execução de Tiradentes, recordo-me que li alhures que Joaquim José da Silva Xavier foi executado na forca, às 11 horas da manhã de um sábado, 21 de abril de 1792, na cidade do Rio de Janeiro. Portanto, há exatos 299 anos, quase três séculos! O Patrono Cívico da Nação Brasileira, como é conhecido, enfrentou a morte com muito estoicismo e serenidade. Deu a vida pela Pátria, apenas com 45 anos de idade, para que a liberdade que hoje desfrutamos se transformasse nessa irreversível realidade, servindo de exemplo aos pósteros e entendêssemos o ensinamento de que à “Pátria tudo se dá e a ela nada se pede”, em contraste vergonhoso com o que assistimos pela mídia, cotidianamente.

Todavia, voltando ao tema, muito embora o Dia de Tiradentes seja comemorado no dia 21 de abril, ontem, o nosso alferes foi reverenciado pelas polícias, Civil e Militar na sede do Quartel do CPI 4, rua Gal. Francisco Osório, Vila Antarctica. A programação, com reportagem específica nesta edição, iniciou-se às 14 horas, com o Torneio Tiradentes de Tiro Policial, com 24 participantes (policiais civis e militares) das áreas correspondentes ao Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior, Deinter 4, e Comando de Policiamento de Área do Interior, CPI 4, ambos sediados em Bauru.

Às 15h30, o dr. Anivaldo Registro, diretor do Deinter 4, juntamente com o cel. PM Helder Pereira, comandante do CPI 4, receberam autoridades, convidados e a imprensa, para a solenidade comemorativa do Dia de Tiradentes, num ato cívico alusivo à data, quando foram destacados 10 policiais civis e 10 policiais militares para receberem as homenagens de Honra ao Mérito, por indicação personalíssima do diretor do Deinter 4 e do comandante do CPI 4. Foi um acontecimento cívico marcante que certamente será lembrado por todos aqueles que lá estiveram. A falta de civismo atualmente reinante, pelo menos, momentaneamente, foi suprida com a solenidade das homenagens direcionadas à figura de Joaquim José da Silva Xavier, o Patrono das polícias brasileiras. À derradeira, reiteramos, no sentido de que cada policial seja um verdadeiro Tiradentes, nos bons exemplos que o alferes tenha deixado. A comunidade saberá agradecer esses préstimos.

(*) O dr. Abel Fernando Marques Abreu é delegado de Polícia assistente da Delegacia Seccional de Polícia de Bauru e coordenador do Informativo Flagrantes do Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior, Deinter 4




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