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Ortomolecular utiliza conceitos da MQ

Ortomolecular utiliza conceitos da MQ

Fabiana Teófilo
O reequilíbrio é feito por meio da correção dos mecanismos moleculares fisiológicos, suprindo o organismo com elementos adequados como as vitaminas e os minerais

A Medicina Ortomolecular (MO) tem alguns parâmetros com a Medicina Quântica (MQ). Pode-se dizer, de acordo com o médico Vítor Mattos que a MO é uma raiz da MQ e, talvez, que as duas são uma só. Mas a MO já se tornou independente e, por isso, há uma separação entre as duas.

Ortomolecular vem do grego Orthos que significa normal, direito, correto, e a denominação Medicina Ortomolecular foi proposta por Linus Pauling, (Prêmio Nobel de Química em 1954 e da Paz em 1962), conhecido mundialmente por seus trabalhos e pela ênfase com que recomenda o uso diário de vitaminas (principalmente a vitamina C) e minerais. Linus Pauling que faleceu aos 94 anos de idade, de uma patologia que costuma ocorrer aos 65-70 anos, (ou seja, adiou em 30 anos uma patologia à qual era predisposto, devido ao uso que fazia das vitaminas e minerais), era um intusiasta do uso de grandes doses de vitaminas diariamente.O objetivo da Medicina ou Terapia Ortomolecular é compreender as interrelações que ocorrem ao nível bioquímico do organismo e aí poder atuar em conformidade com esses próprios mecanismos, harmonizando de maneira global a bioquímica de células, órgãos e sistemas.

O reequilíbrio é feito por meio da correção dos mecanismos moleculares fisiológicos (normais), suprindo o organismo com os elementos adequados para essa reordenação bioquímica, tendo papel principal as vitaminas e os minerais.

A Terapia Ortomolecular não se trata de uma medicina propriamente dita, mas sim de uma utilíssima forma terapêutica, que pode ser aplicada em todos os ramos e especialidades na medicina em geral.

Radicais livres

Um radical livre é qualquer átomo, molécula ou íon que possui um ou mais que um elétrons livres na sua órbita externa. Esses elétrons livres ou não pareados tem uma instabilidade química muito grande, e sendo assim, mesmo tendo meia vida de frações de segundos, são altamente reativos e são capazes de reagir com qualquer composto que esteja próximo, a fim de “roubar” desse composto, seja ele uma molécula, uma célula, ou tecido do nosso organismo, o elétron necessário para sua estabilização, produzindo reações em cadeia de dano celular, e sendo assim chamado de oxidante.

Antioxidantes são as vitaminas e minerais usados para combater esse efeito oxidante prejudicial para o organismo. Existem radicais livres de íons metálicos, de Carbono, entre outros, mas os principais na medicina são os radicais livres de Oxigênio.

O aparecimento do Oxigênio como elemento da atmosfera terrestre entre 3,5 a 4 bilhões de anos atrás, liberado pelas algas verde-azuladas, causou uma necessidade de reordenamento e readaptação das formas viventes à este gás muito tóxico, pois seus metabolismos não tinham ainda os meios adequados para processar as reações aeróbicas (dependentes de oxigênio). Sendo assim foi necessário um longo “aprendizado bioquímico” até que fosse possível aos seres tirar proveito dessa situação. Então o surgimento do oxigênio, um gás a princípio muito tóxico, possibilitou posteriormente a solução a dois enormes entraves à expansão da vida na Terra, que eram: 1) o aspecto do rendimento energético, tornado muito mais eficiente pelo processo respiratório dependente do oxigênio, e 2) a proteção da atmosfera, contra as radiações letais, raios ultravioleta, etc. pela camada de ozônio (forma triatômica do oxigênio), e assim foi possível que se instalasse e evoluísse a fantástica diversidade da biosfera de nosso planeta, como a conhecemos hoje em dia. Os efeitos maléficos do excesso de oxigênio são percebidos no meio ambiente sob forma de ferrugem, desgaste de estruturas, oxidação de alimentos, fermentação etc.

Assim podemos entender a formação de radicais livres pelo nosso organismo em condições normais, pois são necessários no processo de respiração celular que ocorre nas mitocôndrias (usinas energéticas) das células, a fim de gerar o ATP (energia). Também os radicais livres, produzidos pelos macrófagos e neutrófilos (glóbulos brancos de defesa), são usados contra bactérias e fungos invasores do nosso organismo, e sem eles, não teríamos uma defesa adequada contra as infecções.

Existem dois sistemas naturais de eliminação de radicais livres, que são os chamados “varredores” (scavengers) de radicais livres, que atuam eliminando-os ou então impedindo sua transformação em produtos mais tóxicos. Esses sistemas podem ser divididos em enzimáticos e em não-enzimáticos.

O efeito prejudicial dos radicais livres ocorre quando eles estão em quantidade excessiva no organismo, ultrapassando nossa capacidade de neutralizá-los com os sistemas enzimáticos que possuimos. Esses sistemas enzimáticos de defesa são compostos pelas seguintes enzimas: glutation-peroxidase (que necessita do selênio), catalase, metionina-redutase e superóxido-dismutase (há vários tipos, e os 2 principais necessitam de zinco, cobre e manganês), os quais combatem, em nosso organismo os seguintes radicais livres: Peróxido de Hidrogênio, Superóxido, Oxigênio Singlet, Ion Hidroxila, Oxido Nitrico e Oxido Nitroso. Já os antioxidantes não enzimáticos, em sua maioria são exógenos, ou seja, necessitam ser absorvidos pela alimentação diária, ou como complementos nutricionais. Os principais podem ser divididos em: vitaminas lipossulúveis (vitamina A, vitamina E, beta-caroteno), vitaminas hidrossolúveis (vitamina C, vitaminas do complexo B), e os oligoelementos (zinco, cobre, selênio, magnésio etc.), os bioflavonóides (derivados de plantas), etc.

Normalmente, aproximadamente 95% do oxigênio advindo da respiração é neutralizado pela cadeia respiratória celular, e termina seu ciclo metabólico, transformado em água, mas os 5% restantes são transformados nos radicais livres, que se não forem adequadamente combatidos, ou se estiverem sendo frmados em excesso ,podem vir a ser prejudiciais para nós, causando uma situação patológica chamada de estresse oxidativo. Esse estresse oxidativo, pode ser causado por fatores genéticos, quando nosso sistema de defesa antioxidante não se encontra funcionando adequadamente, e também por fatores ambientais, como por exemplo: o fumo, pois a cada tragada aspiramos quantidade incalculável de radicais livres, a radiação (ultravioleta, raios x etc.), excesso de atividade física, intoxicações metálicas, ingestão de gorduras, frituras, carne vermelha, inflamações e infecções, consumo de álcool, estresse físico e mental, etc.

Várias doenças hoje em dia são ligadas à patologia pelos radicais livres, comprovadamente como por exemplo: câncer, aterosclerose, artrites, catarata, enfisema pulmonar. Outras doenças se auto-sustentam na presença de excesso de radicais livres como: infecções graves, diabetes, mal de Parkinson, doença de Alzheimer, enfermidades neurológicas desmielinizantes (esclerose lateral amiotrófica), e a lista cresce conforme os mecanismos das doenças vão sendo melhor esclarecidos.

Como podemos combater ou prevenir o excesso de radicais livres?

•Medidas gerais:

1. evitar exposições prolongadas à luz solar

2. evitar exposição à poluição ambiental

3. eliminar o fumo

4. reduzir o consumo de gorduras e eliminar frituras

5. neutralizar o stress cotidiano (melhor filosofia de vida, relaxamento, atividade física constante e adequada, mas não excessiva, alimentação saudável)


•Medidas específicas:

1.quelação com EDTA (terapia endovenosa usada principalmente em casos de intoxicação por metais pesados como mercúrio, chumbo, alumínio etc.)

2.enzimas anti radicais livres específicas

3.antioxidantes (vitaminas, minerais, bioflavonóides etc.) A dosagem de radicais livres pode ser feita, e são usados métodos baseados na espectometria de ressonância eletrônica de “spin” e ressonância paramagnética eletrônica, dosagem de MDA (malondialdeido), e métodos indiretos como o HLB, pelo qual numa gota de sangue verificamos, com auxílio de um microscópio o efeito dos radicais livres na matriz extracelular (agregados proteoglicans, colágeno, elastina, fibrina), fragmentando-a e produzindo lacunas que serão maiores quanto maior for a quantidade de radicais livres presente.





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