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Fenapesca é modesta em Ribeirão

Fenapesca é modesta em Ribeirão

Roberta Mathias
Esta foi a sexta edição da feira realizada na cidade, mas o crescimento do evento não foi proporcinal.
Crise e custo elevado de equipamentos importados influenciam diretamente, acreditam organizadores


A 10ª edição da Fenapesca - Feira Nacional de Pesca e Camping -, que neste ano foi promovida em Ribeirão Preto, no Novo Shopping Center, de 4 a 8 de abril, não atendeu às expectativas dos expositores, porém estava dentro da previsão dos organizadores. Apesar da diversidade em equipamentos para pesca, o público não foi o esperado: 11 mil pessoas estiveram visitando a feira.

De acordo com Nelson Pinheiro Machado, 56 anos, organizador da Fenapesca, neste ano, houve uma diminuição no número de expositores, em relação à edição anterior.

A Fenapesca é bienal. Foram realizadas duas edições em Ibitinga, duas edições em São José do Rio Preto e esta foi a sexta edição em Ribeirão Preto. Em 2002, a Fenapesca será novamente em São José do Rio Preto, cidade onde o evento mais tem crescido.

Pela primeira vez, os organizadores optaram pelo espaço de um shopping, pois oferece maior segurança, possui acesso facilitado e atrai um público específico. “O pescador vai à feira, enquanto o restante da família passeia pelo Shopping Center”, comenta Machado.

Porém ele comenta que isto pode ser um dos fatores que reduziram a participação de mulheres e crianças na feira. “Em 99, cerca de 55% do público era composto de mulheres e crianças, neste ano, o número caiu para 25%.”

Nesta edição, a organização observou alguns problemas como a instalação de sanitários no espaço reservado à feira e melhoria na ventilação (Ribeirão Preto é uma cidade muito quente). Além disso, é necessário um projeto para intensificar a divulgação do evento.

Machado justifica também que a crise financeira e o custo elevado dos equipamentos de pesca, principalmente os importados, colaboram para a redução de expositores e público. A previsão inicial seriam de 20 a 25 mil pessoas visitando o evento realizado na semana passada.

O movimento mais intenso foi durante a noite e no final de semana, atraindo visitantes de várias cidades da região, como Araraquara, São Carlos, Franca e Sertãozinho.

Vários visitantes saíram satisfeitos, outros reclamaram do calor e do número reduzido de estandes. Mas houve diversidade e novidades na Fenapesca.

Além dos equipamentos de pesca, com destaque para a vara de fibra de carbono, que é leve e flexível, o pescador também pôde encontrar material de fly, iscas artificiais, motores, barcos de pesca, lanchas e até visitar um barco-casa, que possui toda infra-estrutura para quem pretende passar muitos dias navegando pelo rio. O House Boats, da Pontoon, avaliado em R$ 72 mil, possui dormitório, sala de estar, cozinha, banheiro, varanda, dois mini-decks e camarote.

Uma curiosidade da feira atendeu àqueles que pretendiam habilitar-se para a navegação,. Durante o período da Fenapesca, foi ministrado um curso de arrais amador, que foi finalizado com a avaliação do aluno no próprio evento.

A Marinha e a Polícia Florestal também estiveram presentes e montaram estandes com material diversificado, que incluiu até um lança-míssil para submarinos, fabricado na Austrália. Houve também uma exposição fotográfica relacionada à área florestal, orientando o pescador a respeitar o meio ambiente, o que muitas vezes não acontece.

O pescador, infelizmente, ainda não conscientizou-se de seu importante papel em defesa do meio ambiente. Mesmo com a fiscalização intensificada nos períodos críticos, como na piracema, e em locais de onde a pesca é proibida, a Polícia Florestal enfrenta dificuldades em modificar o comportamento predador do homem. Por isso, é importante que o pescador esportivo torne-se também um fiscal do meio ambiente.

Durante a feira, foram sorteadas mudas de pau-brasil, uma importante espécie da flora brasileira, que corre o risco de extinção.

Estas iniciativas vêm de encontro com a proposta da Fenapesca, que é incentivar o pescador a tornar-se esportivo. Apesar de muitos visitantes já praticarem a pesca esportiva, é importante que o assunto seja sempre retomado e discutido, procurando buscar novos adeptos.

Já os “viciados” em fly puderam adquirir novas moscas, atadas por Leonardo Dama, 21 anos, além de dicas de arremesso com Pedro Dama. Ambos estiveram no estande da Martinelli, empresa especializada em artigos para pesca.

Feiras no Interior

Apesar do crescimento constante do número de pescadores no Brasil, as feiras encontram dificuldades para se estabelecer. O crescimento lento da indústria nacional acaba refletindo no crescimento do mercado dos produtos nacionais e os importados possuem um custo mais alto.

Um forte motivo que impede a realização de feiras desse tipo em várias cidades do interior é a falta de espaços adequados. “O grande problema do Interior do Estado de São Paulo é que nenhuma cidade possui um pavilhão próprio para grandes eventos”, comenta Machado. Na oportunidade, o organizador foi informado que Bauru, recentemente, inaugurou uma nova área para feiras e eventos adequada a promoções de grande porte. O que poderá aumentar o interesse pela região, rica em pescadores.




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