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08/04/01 00:00 -

Semana Santa ainda inspira penitência

Semana Santa ainda inspira penitência

Fabiano Alcantara
Mesmo com uma maior flexibilidade da Igreja Católica, fiéis mantêm hábitos tradicionais durante a Semana Santa

Existem relatos de famílias que, há 30 anos, ficavam sem varrer a casa e pentear o cabelo durante a Sexta-Feira Santa. Hoje os hábitos mudaram, ainda assim é possível encontrar fiéis que fazem jejum, como a Igreja recomenda, e alguns que vão além nos sacrifícios.

A Igreja está mais aberta hoje em dia, apesar da abstinência de carne e jejum na Sexta-feira, serem preceitos. De acordo com padres e fiéis, a penitência pode ser abrir mão de algo que o fiel goste de fazer. Ou manter uma atitude reflexiva durante a semana que antecede a Páscoa.

“Existem pessoas que vivem penitência no dia-a-dia. Alguém que nunca comeu carne e ganha na Sexta-Feira Santa está errado se comer? “, argumenta o monsenhor Almir José Cogiola, da Paróquia Santa Rita de Cássia. Para ele, é mais sensato que, além de deixar de comer carne, quem tem condição econômica, doe seu alimento para quem necessita.

Segundo ele, durante estes dias que antecedem a Páscoa, aumenta a quantidade de pessoas que buscam as igrejas, principalmente para se confessar. “Este é um momento muito especial. Nós saímos de uma vida de pecado para a vida na graça de Cristo”, ensina.

A professora Maria Aparecida Almeida segue os preceitos da Igreja. Ela e o marido fazem jejum na Sexta Santa. “Este ensinamento está muito ligado aos dias de hoje. Não é uma coisa ultrapassada”, defende. ‘É uma reflexão maior, do perdão, do amor ao próximo, de servir como Jesus serviu”, afirma.

A também professora Rosimeire de Freitas Roveda faz jejum e muitas orações na Sexta Santa. Como boa parte dos jovens, sua filha, Aline de Freitas Roveda, 20 anos, não deixa de comer carne. “Acredito que posso encontrar Deus de outra forma”, argumenta.

Muitos filhos de pessoas que fazem abstinência de carne, até durante a Quaresma inteira, principalmente às quarta e sextas, acabam seguindo a dieta. E o caso da dona de casa Ana Conceição Ulian Gomes. “Na Quaresma, não como carne às quartas e sextas de jeito nenhum. Ninguém é obrigado, mas aqui em casa não questionam”, afirma. Católica fervorosa, nesta época ela oferece a carne que deixa de comer para uma família carente. Durante a semana, reza muito, come pouco e vai bastante à Igreja, um costume, aliás, que dona Ana cultiva o ano todo. “Depois da Semana Santa eu me sinto gratificada, com mais ânimo, mais perto de Deus. Com a Páscoa, Jesus nos ensina que a vida não acaba”, entusiasma-se.

Na casa de Clarice Maria Martins Sampaio, o respeito por Jesus também fala alto. Ela e seus dois filhos, um rapaz de 30 e uma moça de 26 anos, fazem abstinência de carne vermelha todas as quartas e sextas-feiras da Quaresma. “Aprendi dentro de casa e transmiti esse respeito para os meus filhos. O que é bom tem que ser passado para frente”, diz.

“O mundo todo poderia parar para pensar na paixão de Jesus. Quando você dedica-se à reflexão, você vê seu interior. Começa a pensar mais no próximo. Jesus nos deixou uma grande lição”, afirma Clarice.




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