“Eu acho estranho esse corre-corre”

Deputado Pedro Tobias critica a terceirização apressada da cozinha municipal e defende uma licitação

O deputado estadual Pedro Tobias (PDT) afirmou ontem que estranhou a maneira apressada com que a Administração Municipal decidiu terceirizar o fornecimento de alimentação aos servidores públicos. Ele quer saber do prefeito Nilson Costa (PPS) por que só agora, depois de quase três anos no comando da Prefeitura, decidiu-se terceirizar o serviço.

“Acho estranho esse corre-corre. Na minha opinião, esse serviço não merecia urgência. Se o prefeito tivesse assumido a Prefeitura agora, até se justificaria. Mas ele está há três anos e só agora viu que a cozinha não funciona?”, pergunta. O deputado informou que iniciaria uma pesquisa de preço ontem mesmo para comparar o preço unitário, de R$ 3,60, que a Prefeitura vai pagar pelo marmitex com o valor cobrado no mercado.

“Até segunda-feira devo ter tudo isso em mãos. Aí sim vamos saber se o preço que foi contratado está dentro dos parâmetros de mercado”. Tobias disse que iria consultar empresários que fornecem alimentação a seus funcionários para estabelecer um parâmetro. “Considero importante que os cofres públicos não sejam lesados, mas também não quero que os servidores sejam vítimas de uma comida de péssima qualidade”. Ele defende a tese de que a Prefeitura não deveria ter desativado sua cozinha industrial. “Essa terceirização é complicada. A Prefeitura tem funcionários sobrando, tem a cozinha, tem tudo. Então, por que terceirizar?”.

O deputado afirma que, se era para terceirizar, por que a Secretaria Municipal de Administração não realizou um processo normal de licitação pública, já que havia uma cozinha industrial funcionando. “Acho estranho também o prefeito Nilson Costa não ter colocado isso no seu plano de governo. Tudo, na época da campanha, deveria ter sido transparente. Ele (Nilson) deveria ter falado que iria terceirizar os serviços da Empresa Municipal de Desenvolvimento Urbano e Rural de Bauru (Emdurb), a alimentação dos servidores”.

O deputado acredita que, se tudo isso tivesse sido colocado de maneira transparente na campanha política, o eleitorado teria melhor condição de avaliar Nilson Costa. “Agora se posicionar contra as terceirizações e privatizações na campanha e depois fazer justamente o contrário, é no mínimo uma atitude estranha”.