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29/03/01 00:00 -

Risco de dengue hemorrágica é grande

Risco de dengue hemorrágica é grande

Redação
O DSC alerta para que a população não acumule materiais que possam tornar-se criadouros do mosquito da dengue

A probabilidade de que ocorra em Bauru casos de dengue hemorrágica, atualmente, é grande, de acordo com Maria Helena Abreu, diretora do Departamento de Saúde Coletiva (DSC), órgão vinculado à Secretaria Municipal de Saúde. Neste ano, já foram registrados 19 casos de dengue em Bauru e existem 30 pessoas sob suspeita da doença, aguardando resultados de exames. A dengue hemorrágica é o tipo mais grave da doença e pode levar à morte.

As buscas de criadouros e pessoas que apresentem sintomas da doença continuam pelos bairros da cidade. No entanto, as equipes do DSC ainda estão encontrando muito lixo e material acumulado nas residências visitadas, o que agrava a situação vulnerável do município, que sofre mais uma vez com epidemia de dengue.

Maria Helena esclarece que o desconhecimento do tipo de vírus de dengue que está circulando em Bauru torna alta a probabilidade de que a dengue hemorrágica apareça na cidade. “Existe, sim, o risco de aparecer a dengue hemorrágica em Bauru por dois aspectos: primeiro, nós não sabemos qual foi o tipo de vírus que picou nas duas últimas epidemias de Bauru, inclusive nessa - não se conseguiu isolar o tipo de vírus. Segundo: se uma dessas pessoas que vierem a ter dengue agora já tiveram antes, ela pode ter hemorrágica. Como nós não sabemos qual é o tipo de vírus que está circulando, teoricamente, o risco de existir a dengue hemorrágica na cidade é grande”, explicou.

A situação se agrava pelo fato de que, no ano passado, a epidemia de dengue em Bauru também aconteceu no Núcleo Mary Dota, local que registrou o maior número de casos da doença neste ano. Maria Helena esclarece que não apenas as pessoas que já tiveram dengue anteriormente podem contrair a hemorrágica. “A cidade inteira corre o mesmo risco, apesar de que as pessoas que já tiveram dengue correm um risco maior”, ressaltou.

Muitas vezes, a pessoa que contraiu dengue desconheceu a doença devido aos fracos sintomas e à ausência de um diagnóstico. Maria Helena afirma que, nesses casos, também há um grande risco de ocorrência da dengue hemorrágica. Ela acrescenta que as causas desse tipo da doença, que pode levar o paciente à morte, ainda não são conhecidas. “Não sabemos ao certo qual é a causa da dengue hemorrágica. O que se sabe é que ou a pessoa que já teve dengue tem a hemorrágica, ou é um outro tipo de vírus que circula e dá a dengue hemorrágica”, frisou.

Uma eventual epidemia de dengue hemorrágica na cidade traria grandes complicações à Secretaria Municipal de Saúde, de acordo com Maria Helena. “As pessoas têm que ser internadas. Com a carência de leitos hospitalares de Bauru, isso representaria um caos”, agravou.

Sintomas da dengue hemorrágica

Os sintomas da dengue hemorrágica são bastante semelhantes ao da dengue comum, já conhecidos pela população - dor de cabeça; dor no corpo; dor nos olhos e dor nas articulações. O diferencial é a possibilidade de acontecer manifestações hemorrágicas nas mais diferentes partes do corpo - boca, intestino, estômago, pele etc..

Arrastão na Bela Vista

No arrastão realizado na manhã de ontem, no Jardim Bela Vista, onde foram registrados os últimos dois casos de dengue, o DSC encontrou muitos materiais que acumulam água e que, por isso, são propícios para a reprodução do Aedes aegypti. O objetivo do arrastão, segundo Maria Helena Abreu, é eliminar criadouros do mosquito transmissor da dengue e identificar possíveis suspeitos da doença.

A quantidade desses materiais, de acordo com Maria Helena, é próxima à encontrada no Núcleo Mary Dota, no último domingo. “A gente já sabia dessa situação, porque a gente passa o ano inteiro nesses locais. Hoje, nós retiramos; amanhã, eles jogam novamente. Hoje, nós tiramos o prato do vaso; amanhã, eles colocam. Infelizmente, é assim”, lamenta.

As buscas na Bela Vista foram realizadas principalmente nas proximidades das casas em que residem as pessoas que estão apresentando sintomas de dengue. Durante os seis primeiros dias de sintoma da doença, a pessoa é orientada a permanecer em repouso, em casa, já que esse é o período em que ela pode transmitir a doença.

Amanhã, as buscas do DSC a criadouros e pessoas com sintomas da doença devem ter continuidade. Mais uma vez, o departamento salienta a orientação à população para que eliminem materiais em suas residências que possam acumular água e, conseqüentemente, tornar-se criadouros do Aedes aegypti.




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