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22/03/01 00:00 -

DAE estuda córrego da Água Parada para abastecer Bauru

DAE estuda córrego da Água Parada para abastecer Bauru

Ieda Rodrigues
O Departamento de Água e Esgoto (DAE) está estudando uma nova fonte para abastecer Bauru nos próximos anos, o córrego da Água Parada, que nasce na altura do Distrito Industrial III e corre para desaguar no rio Batalha. Desde outubro, estão sendo feitas análises da qualidade da água do manancial, que só devem terminar no final do ano. Se as análises atestarem o manacial, o DAE ainda terá que construir estações de captação e tratamento de água, o que demanda altos investimentos.

No entanto, é preciso buscar nova alternativa para abastecer Bauru porque o rio Batalha, que hoje fornece 48% da água consumida na cidade, está operando em sua capacidade máxima. Nos últimos dois anos, inclusive, devido à seca prolongada, o nível do rio caiu bastante, o que levou o DAE a pedir economia de água, para não ter que decretar racionamento.

Outra fonte de água para Bauru são os poços artesianos, no total de 27. Juntos, são responsáveis por 52% da água usada na cidade. No entanto, estudo contratado pelo DAE no ano passado, mostrou que a exploração do aqüífero Bauru, o maior do mundo, tem que ser feita com cautela.

Para não prejudicar a produção dos poços já em operação, não podem ser perfurados novos em vários bairros. Isso significa que é preciso arrumar outra fonte de água para abastecer a população da cidade, que cresce ano a ano. Por dia, são consumidos em Bauru cerca de 90 milhões de litros de água.

Conforme explicou o engenheiro Sérgio Macedo, assessor técnico do DAE, o córrego Água Parada é o manancial que mais reúne os critérios necessários para abastecer a cidade. Isso porque, até onde as análises já mostraram, a água é de boa qualidade; o volume do córrego é semelhante ao do Batalha - seria possível de água retirar cerca de 600 litros por segundo; e o ponto mais indicado para captação não é tão distante de Bauru - a cerca de 30 quilômetros.

Macedo ainda ressaltou que retirar água de fontes superficiais (rios) é mais barato que de poços subterrâneos, apesar do investimento com a construção de estações de captação e tratamento. Isso porque a retirada de água de poços subterrâneos, a muitos metros de profundidade, depende de energia elétrica, o que encarece o processo. Já para transformar a água dos rios em potável gasta-se menos energia.

As análises feitas até agora mostraram que a quantidade de resíduos sólidos, de algas e de vários tipos de bactérias no córrego Água Parada estão dentro dos índices normais. Se ficar concluído que o córrego da Água Parada reúne as condições técnicas para a utilização da água, o DAE vai estudar qual é o melhor tipo de tratamento a ser feito.

Sérgio Macedo explicou que existem vários tipos de tratamento de água, que são indicados dependendo das condições do manancial. Se na época das chuvas for grande a quantidade de terra carregada para o rio, tem que se optar por um tratamento que consiga excluir resíduos sólidos, por exemplo.

Exploração do novo manancial ainda vai demorar

A transformação da água bruta do rio em água potável precisa de estações de captação e tratamento, o que demanda altos investimentos. Sérgio Macedo, assessor técnico do DAE, não soube estimar quanto custaria a construção desses estações para tratar a água do córrego da Água Parada. Para se ter uma idéia de valores, só a reforma da estação de tratamento do rio Batalha está orçada em R$ 5 milhões.

Estudos feitos pelo DAE estimam que Bauru vai precisar de nova fonte de água daqui a 10 anos. Mas como a análise do manancial é demorada e os investimentos necessários são altos, o DAE já está iniciando o processo. Macedo explicou que o custo de utilização do Água Parada é alto, mas ainda menor que outras alternativas, como o rio Tietê, que fica mais longe de Bauru, sem falar da qualidade da água.




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