Pelo décimo ano, os eletricitários não irão pagar, este mês, a contribuição sindical. O imposto é sempre pago em março e equivale à remuneração de um dia de trabalho para todos os empregados, independentemente de serem sindicalizados ou não. Em 1992, o Sindicato dos Eletricitários -Sinergia/CUT conseguiu, na Justiça, uma liminar que isentou os trabalhadores da categoria de fazer o pagamento.
Outros sindicatos ligados à Central Única dos Trabalhadores (CUT), como o dos bancários e dos metalúrgicos, também alcançaram a vitória de autonomia sindical na Justiça. O Sindicato dos Bancários de Bauru e Região também não faz a cobrança desde 1992.
O Sinergia/CUT em Bauru, de acordo com o seu diretor, Jesus Garcia, foi o primeiro sindicato a conseguir liminar isentando os trabalhadores de pagar a contribuição. “Nos dois anos anteriores, a direção do sindicato devolveu aos trabalhadores os 60% da arrecadação que cabe à entidade. Os outros 40% ficaram retidos na confederação da categoria. Depois, em 1992, nós fomos os primeiros a conseguir a liminar isentando do pagamento do imposto. Foi uma grande conquista, um grande ponto na nossa meta rumo à autonomia sindical. Quem define o financiamento da gestão dos sindicatos são os trabalhadores, através das assembléias. Apesar da legislação autoritária persistir desde 1937, nós estamos caminhando rumo à autonomia”, observa Garcia.
De acordo com ele, o objetivo do sindicato é fazer com que os trabalhadores se filiem espontaneamente, na medida em que eles vão percebendo que a entidade está lutando pelos seus direitos. Na visão dele, o sindicato não pode depender desse imposto para gerir seus recursos e para sobreviver. “Queremos que os trabalhadores se filiem e façam a sua contribuição espontaneamente, e não o contrário. Ou seja, usar o imposto para poder gerir os recursos do sindicato. Nós trabalhamos com o objetivo de filiar os trabalhadores à entidade”, diz.
Atualmente, na base territorial do sindicato de Bauru, que abrange diversas cidades da região, existem aproximadamente 1,4 mil trabalhadores filiados ao Sinergia/CUT.
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