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Incubadora pretende ampliar atuação

Incubadora pretende ampliar atuação

Gustavo Cândido
Criada numa parceria entre o Sebrae e a ITE, a Incubadora de Empresas busca o funcionamento em capacidade plena

Prestes a completar um ano de existência, a Incubadora de Empresas de Bauru, um projeto administrado pela Instituição Toledo de Ensino (ITE) e o Sebrae-SP, que visa fornecer estrutura e apoio para que novas empresas entrem no mercado, ainda não está funcionando em sua capacidade plena, por falta do conhecimento dos novos empresários. Visando reverter esse quadro e se consolidar como um verdadeiro centro de formação e informação do meio empresarial na cidade, a Incubadora promove, entre os dias 21 e 25 de março, um treinamento de 40 horas para interessados em participar do projeto. O curso dará aos participantes subsídios para que eles montem seus planos de negócios e possam começar suas empresas. Para esclarecer como funciona a Incubadora e quais são suas vantagens, o gerente da unidade, o consultor Paulo Roberto Xavier falou ao Jornal da Cidade.

Jornal da Cidade - Como funciona o projeto da incubadora?

Paulo Roberto Xavier
- A incubadora é um espaço físico onde as empresas vêm para montar o seu negócio. Não necessariamente ela precisa abrir um negócio dentro da incubadora, ela pode já ter negócio fora que não vai muito bem e vir para cá, fazer uma transferência.

JC - Como funciona esse processo?

Xavier
- Se tem uma pessoa ou empresa lá fora que sabe fazer um produto, mas não tem capacidade gerencial ou administrativa ou precisa de outros acompanhamentos, por exemplo de marketing ou jurídico, ela pode vir para cá, onde vai ter todos os tipos de acompanhamentos possíveis para dar certo. Fora as consultorias, qualquer outro tipo de acompanhamento gerencial e administrativo ele também pode ter dentro da incubadora por um espaço de dois a três anos.

JC - E para entrar no projeto da Incubadora?

Xavier
- Primeiro, a pessoa precisa ter uma idéia e um pequeno capital para montar o negócio. Ele tendo isso e mais alguma característica inovadora, vem para cá, apresenta a sua idéia e faz o curso de 40 horas, que é totalmente gratuito e apostilado. Com o curso, ele aprende a montar o que a gente chama de plano de negócio, que engloba todas as informações possíveis sobre a empresa que quer montar, sua área de atuação, seus concorrentes, tudo. Ele tem que se tornar um expert sobre a área em que vai atuar. Depois que o plano está pronto, é apresentado a uma comissão formada por representantes da Prefeitura Municipal, Unesp, Ciesp/Fiesp, Sebrae, Senai e da ITE. Se esses membros da comissão analisarem o plano e acharem que ele é economicamente viável, o empresário monta o negócio aqui, com toda a assessoria que nós dispomos. A partir daí, só vai ficar focado em produzir, porque quando ele for tomar uma decisão, vai ter um grupo de pessoas ajudando. Por isso, as chances de uma empresa dar certo numa incubadora são inversas ao que o mercado aponta hoje, onde mais de 60% das empresas quebram no primeiro ano de vida. Nas incubadoras, isso só acontece com 17% das empresas. Seria muito bom se todos as pessoas que fossem abrir uma empresa pudessem contar com uma assessoria dessas.

JC - Quantas empresas a incubadora tem hoje?

Xavier
- Nós temos dez empresas aqui na incubadora. Uma delas, inclusive, está fazendo componentes eletrônicos que podem equipar veículos da Volvo, na Suécia. Esse ano, que nós chamamos de ano de consolidação do projeto, vamos para 21 empresas. Mas a nossa capacidade total é de 32 empresas. Quando isso acontecer vamos ser a maior incubadora do Brasil.

JC - Quando surgiu a idéia da incubadora?

Xavier
- Surgiu nos Estados Unidos, na década de 50, quando dois jovens que tinham US$ 500,00 pediram a um professor da Universidade de Stanford para utilizar os laboratórios da Universidade. O professor conseguiu um lugar e eles desenvolveram seus trabalhos. Os dois jovens eram o Hewlett e o Packard (dos computadores que levam seus nomes). A filosofia chegou ao Brasil na década de 80. Em 88 havia duas incubadoras no País. Em 2000, 135.

JC - Quem lucra com a incubadora?

Xavier
- A ITE e o Sebrae não lucram um centavo com a incubadora. Quem lucra é a comunidade, que fica com empresas saudáveis que, a longo prazo geram emprego e lucro para a cidade no geral. As empresas pagam apenas um valor mínimo para estarem alojadas aqui dentro, mas um valor que retorna para elas em forma de serviços, se se considerar que ele não paga consultoria e treinamentos. Depois, aqui elas também têm segurança e podem usar as instalações a qualquer hora do dia ou da noite.

JC - Uma incubadora é o suficiente para Bauru?

Xavier
- Na realidade, a idéia não é ser a única incubadora da cidade. O ideal vai ser o dia em que a Unesp tiver a sua incubadora, e USC, a USP. Quanto mais, melhor para a cidade.

Serviço

O treinamento da Incubadora de Empresas de Bauru começa no dia 21 de março. Mais informações e inscrições pelo telefone: (014) 230-3539, com Carol ou Xavier.




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