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MÊS DA MULHER 1

MÊS DA MULHER 1

Josefina de Campos Fraga
A história da humanidade tem sido escrita com letras de preconceito. As minorias, os diferentes têm sido discriminados e não só as mulheres, falo também dos negros, dos idosos, dos deficientes, dos feios, etc. Mas cada modelo de discriminação tem sua própria história e a história das mulheres tecida por séculos de confinamento e exclusão dos centros de poder é especial. Mas esse confinamento arrefeceu quando poder deixou de ser sinônimo de força.

Com a evolução da humanidade, com o progresso, o desenvolvimento e a intelectualização da espécie humana, a mulher adquiriu condições de mostrar a sua força interior. E assim adentramos ao século XX mobilizadas e dispostas a buscar a garantia de nossos direitos mínimos de cidadania. O dia 8 de março foi escolhido como data símbolo, como o Dia Internacional da Mulher, em homenagem a 129 tecelãs que foram queimadas vivas, em 1857, numa fábrica de tecidos Cotton, em Nova York, quando lutavam por uma redução de jornada de trabalho de 16 para 12 horas/dia. Mas, se no final do século XIX essa data, 8 de março, marcou a luta pela humanização do trabalho feminino, no início do século XX marcou a luta pelo direito ao voto e a cidadania e após a Constituição cidadã de 1988 passou a marcar no Brasil, a luta pela divisão eqüitativa do exercício do poder.

Assim, as mulheres assumiram um importante papel na mudança da sociedade ao longo dos séculos e chegaram ao 3.º milênio com cara própria: nome, profissão e identidade. E superado o período do radicalismo, do movimento feminista, da mulher masculinizada, caricatura do homem, hoje femininas e competentes, queremos ser parceiras na construção de um novo tempo: um tempo em que homens e mulheres serão seres humanos, com direitos iguais garantidos e respeitados, pois a verdadeira igualdade é a aceitação das diferenças sem hierarquias. Não podemos esquecer que, apesar de toda essa trajetória e conquistas, em pleno século XXI muitas mulheres, no Brasil e no mundo, continuam desrespeitadas, espancadas e violentadas. Algumas calam por desconhecer seus direitos e outras, ainda por medo ou submissão. E é por elas que a mobilização continua. Não podemos esquecer que uma democracia é fundada sobre a universalidade e que as relações entre homens e mulheres precisam deixar de ser de poder e posse. Uma sociedade democrática não pode jamais ser intransigente com as diferenças. Deve admitir as especificidades femininas, porque apesar de serem próprias da mulher, possuem uma mensagem que a história lhe confiou.

Se Deus fosse machista teria feito do homem um ser único e hermafrodita para que gerasse a sua própria descendência, mas não, fez do ato de criação de um novo ser humano, um ato de parceria, onde a certeza e a necessidade da diferença registra o encontro mais profundo do masculino e do feminino. (Josefina de Campos Fraga - RG: 4.768.280)




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