As regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste realmente estão sujeitas a blecautes de energia, não porque o enchimento do reservatório da Usina Engenheiro Sérgio Motta não foi feito, mas porque os investimentos para a reposição de capacidade energética não estão realizados pelas empresas privatizadas. A denúncia é do Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo (Seesp).
“A iniciativa privada não está fazendo investimentos para repor a capacidade de produção de energia, a não ser com a ajuda do BNDES, o que, a nosso ver, é uma privatização às avessas. Estão utilizando dinheiro público para cumprir uma obrigação que deveria ser das empresas”, afirma Carlos Augusto Ramos Kirchner, diretor da delegacia de Bauru do Seesp.
De acordo com Kirchner, a ausência de investimentos baseia-se na desobrigação, pelo próprio governo, de que as empresas construam novas unidades geradores de energia nas usinas após a privatização. “Isto é uma atitude insesata. Uma exploração do patrimônio público”, acusa.
Por causa disso, nos últimos cinco anos, a região Sudeste registrou defasagens sucessivas na produção de energia elétrica. Em contrapartida, o consumo aumentou 5,3% no último ano. “Estamos no limite. Não há mais gordura para se queimar porque a capacidade dos reservatórios está sendo depreciada. Não há reposição da produção”, sustenta o sindicalista.
Se a desobrigação for mantida, assim como a metodologia de levantamento de preço mínimo da Cesp utilizada no edital de provatização anterior continuar a ser utilizada, a delegacia da Seesp em Bauru entrará com nova representação no Ministério Público Federal.
“Temos mais argumentos hoje para discutir a privatização do que em dezembro e a sociedade está mais atenta ao processo. Se for necessário, entraremos com nova representação”, garante Kirchner.
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