Na minha infância, em meados do século passado, em Borebi, quando passou a funcionar, em fins de semana, o cinema local sob direção do divertido Zé Pindoba, nas tardes de sábados, saía ele, ocupando o eixo da rua central do povoado, anunciando de viva voz o filme a ser exibido logo mais à noite.
O detalhe pitoresco é que o fazia caminhando à frente de uma multidão de crianças: “lembrando ao distinto público da necessidade de levar cadeira para uso na respectiva sessão.”
Curiosamente, tal aviso, longe de desestimular o público, produzia motivação encarado que era esportivamente.
Assim, muito antes do horário previsto para aquisição de ingressos, já se observava pessoas portando cadeira, seguindo bem-humoradas rumo ao cinema: para se organizarem em fila, qual formigas ordeiras, afoitas aos seus pertences na cabeça.
Moral da história: o servir não é faina de seres inferiores. Deus, que dá frutos e luz, serve. Ele tem os olhos fixos em nossas mãos e nos pergunta a cada dia: “serviste hoje? A quem? À árvore? A teu irmão? À tua mãe?” (Wanderley Brosco - RG: 2.676.214-6)
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