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Como lidar com pessoas insuportáveis

Como lidar com pessoas insuportáveis

Gustavo Cândido
“A humanidade é insuportável. Eu, como não fumo, por exemplo, sou insuportável para as pessoas que fumam porque eu vivo reclamando do cigarro delas” Bruna Gasgon, atriz e diretora de teatro e televisão que ministra a palestra “Como Conviver Bem com Pessoas que Você Não Suporta”

Elas existem em todos os lugares, classes sociais e sexos. Quando você nem imagina aparecem, reclamando, se vangloriando, criticando ou ofendendo. As pessoas insuportáveis fazem parte da vida de todo mundo mas cada um tem o seu modo particular de lidar (ou se livrar) delas. Preocupada com o tema, em São Paulo a atriz e diretora de teatro e televisão, Bruna Gasgon se baseou em muita leitura e pesquisas para chegar aos dez principais tipos de pessoas insuportáveis e montou uma palestra, onde ensina o que fazer para que essa gente nada agradável não interfira e atrapalhe a vida alheia.

A idéia da palestra, que oficialmente se chama “Como Conviver Bem com Pessoas que Você Não Suporta” surgiu há um ano, depois de muita pesquisa e leitura em trabalhos científicos e médicos sobre comportamento humano e comunicação entre as pessoas. Com 30 anos de carreira como atriz e diretora, Bruna Gasgon já usava a experiência dos palcos e da TV para dar cursos sobre comunicação em empresas.

A palestra não tem o intuito de explicar porque existem pessoas insuportáveis, afinal, para começar, cada um tem uma idéia do que seja insuportável, mas sim para mostrar o “caminho das pedras” de como se livrar dessas figuras, que, segundo a atriz são muitas, mas que se subdividem basicamente em dez categorias: brucutu, rambo, kid-tocaia, sabe-tudo, pensa-que-sabe, disk-problema, quebra-galho, roda-presa, enigma e frente-fria (leia no boxe a característica de cada uma). “Os mais comuns são os casos das pessoas agressivas, que tratam todo mundo mal”, diz Bruna.

Para cada caso existe uma saída diferente, mas, no geral, o segredo para não deixar que um insuportável estrague o seu humor é não harmonizar negativamente com ele. Por exemplo: se um rambo ou um brucutu vier gritando, todo nervoso para o seu lado, o melhor a fazer não é gritar de volta e sim baixar o tom de voz e ficar calma. Segundo Bruna é o suficiente para que a pessoa passe a se sentir uma idiota. “Eu já usei isso várias vezes na minha vida e os resultados foram excepcionais”, garante a atriz e diretora.

Para os outros tipos, a atitude pode ser semelhante, o importante é não entrar na mesma sintonia do insuportável, fazer a mesma coisa que ele e se tornar insuportável também.

Todos somos insuportáveis

A conclusão defendida por Bruna é que todo mundo tem o seu lado insuportável. “Afirmo com todas as letras, a humanidade é insuportável”, diz bem humorada a atriz. Na realidade, o que ela acredita é que cada pessoa tenha uma característica que seja insuportável para outra. O que diferencia uma pessoa “normal” de um dos dez tipos básicos da tabela é quanto tempo durante o dia se é insuportável. Bruna explica que as pessoas que se enquadram em uma (ou mais) características selecionadas na lista dos “dez mais”, são verdadeiramente insuportáveis se mantiverem as mesmas características 24 horas por dia, com todas as pessoas que conhece. “São casos patológicos”, diz a atriz. Pessoas comuns só são desagradáveis em alguns momentos.

Como lidar com eles

Brigar com um insuportável (qualquer que seja o seu tipo) é uma coisa inútil. Para começar, a pessoa insuportável não tem a noção de que ela é desse jeito, muito pelo contrário. “Geralmente, ela reclama do vizinho, do marido, do cachorro, dos filhos e não pára para olhar para si mesma e perceber o que ela está fazendo e qual é o seu comportamento com os outros”, explica Bruna, que admite ser insuportável em várias coisas. “Como não fumo, sou insuportável para as pessoas que fumam porque eu vivo reclamando do cigarro delas”, revela só para citar um exemplo.

Outra coisa que não se deve fazer é jogar na cara da pessoa o fato dela ser insuportável. “Se ela perceber que tem um defeito e precisa melhorar, isso pode ser muito bom para ela, mas raramente isso acontece em casos patológicos”, diz a atriz. A primeira atitude a tomar para se conviver com um insuportável não é querer mudá-lo, mas sim mudar-se. Segundo Bruna Gasgon, as pessoas devem se avaliar, saber onde também estão errando e ter um olhar tolerante com o outro. “Se uma pessoa é estúpida, mal-humorada, a gente deve imaginar que ela deve estar com algum problema para estar agindo desse jeito ao invés de explodir com ela também”, defende. É preciso primeiro entender e mudar a própria atitude para que o insuportável perceba que ele também precisa mudar. “Não adianta apontar o dedo, a ficha dele tem que cair sozinha”, explica Bruna.






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