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08/02/01 00:00 -

Legião de fariseus, não!

Legião de fariseus, não!

(*) N. Serra
Não se diga com convicção que determinadas medidas econômicas do Governo Federal tenham por plasma os deploráveis ingredientes da má-fé, uma vez que até mesmo os chamados “pacotes”, que têm embrulhado e amarrado imperdoavelmente a vida nacional, por exemplo, não podem insinuar de maneira cabal intenção de engodo. Não devem, também, ser inseridos na tese, os constantes reajustes de preços que tanto revoltam a sociedade, como os dos combustíveis e lubrificantes, principalmente, determinados na calada da noite ou, como os últimos, decretados após promessa solene de que qualquer mexida no setor só viria a ser efetuada noutra ocasião. Tais episódios poderiam, no máximo, prefigurar uma insinceridade forçada por impulsos conjunturais, como tantas das quais a administração pública não consegue safar-se.

É de se convir, no entanto, que os repentes de farisaismo oficial não encontram nem poderiam agasalhar-se no acoroçoamento da opinião pública, isto por uma mínima questão de ética, a partir da qual se no inter-relacionamento das pessoas nunca se pode admitir a menor falsidade preconcebida, muito menos se lhe pode dar respaldo quando manifestada por órgãos governamentais, que trazem no âmago o dever indeclinável de serem abertos e francos para com a coletividade no seu todo. A sociedade está, portanto, com motivos de sobejo para repudiar com todo vigor novas falsetas que a equipe do Planalto possa estar lhe preparando para futuro próximo, já que a história das insinceridades oficiais poderá vir a ter, de um momento para outro, mais uma ou algumas para contar, às gargalhadas, às futuras gerações de brasileiros e brasileiras mal acomodadas, as quais herdariam, então, um novo legado que poderá continuar comprometendo profundamente a formação moral, intelectual e econômica da nossa gente, transfigurada assim em uma imensa legião de fariseus. E isso seria indesejável e até reprovável, não é mesmo? Que se faça algo, então, para que tal não aconteça, a fim de que os meninos e meninas do amanhã do País não tenham a quem acusar face ao descaminho desgraçadamente adotado pelos seus antecessores. É a nossa opinião.

(*) N. Serra, Jornalista Responsável do JC e Delegado Regional da Associação Paulista de Imprensa e da Ordem dos Velhos Jornalistas do Estado.




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