Bauru e grande região - Sexta-feira, 04 de outubro de 2024
máx. 31° / min. 12°
03/02/01 00:00 -

Os freios não podem falhar jamais

Os freios não podem falhar jamais

André Tomazela
Se não o principal sistema mecâncio de um veículo, os freios são essenciais para a segurança de condutores e passageiros. Dá para imaginar, hoje em dia, estar conduzindo, tranqüilamente, o carro numa avenida como a Rodrigues Alves, por exemplo e, de repente, numa situação de necessidade, os freios falharem? O que fazer? Como enviar o desgaste desse item de segurança e equipamento obrigatório dos veículos?


O desgaste das pastilhas dos freios depende, em grande parte, das condições de utilização e do estilo da condução do veículo. Especialmente nos carros utilizados predominantemente no circuito urbano, em trajetos curtos ou em condições esportivas, há a necessidade de realizar a verificação da espessura das pastilhas na concessionária da marca, antes do prazo previsto no manual do proprietário.

Uma grande dica para quem está acostumado a utilizar apenas o freio nas descidas é que seja utilizado o “freio do motor”, ou seja, o recomendado é descer com o veículo “engatado” para evitar um desgaste muito grande do sistema de freios. Se, ainda assim, for necessário frear, a dica é que as freadas adicionais sejam realizadas em intervalos, sem exercer uma pressão constante.

Umidade

Sob certas condições, é necessário ter ainda mais cuidado para manter o bom funcionamento do sistema de freios. Ao atravessar regiões alagadas, debaixo de chuva intensa ou depois de lavar o veículo, a umidade pode provocar o retardamento da resposta dos freios. No inverno, partículas de gelo podem se depositar nos discos, também causando o retardamento. A dica para acabar com a umidade é secar as pastilhas e os discos através do efeito do atrito.

Freio a disco x a tambor

O primeiro sistema de freios que equipou os veículos foi a tambor, constituído por uma campana, com a expansão de duas lonas, que encostavam na mesma e diminuíam a velocidade. A campanha é a peça onde fica apoiada a roda.

No início dos anos 70, nas corridas de Fórmula I, foi desenvolvido e utilizado pela primeira vez o sistema de freios a disco. O sistema, como o próprio nome diz, é composto por um disco que roda juntamente com a roda e por duas pinças que apertam o disco, diminuindo a velocidade do mesmo e, conseqüentemente, a velocidade do carro.

O sistema de freio a disco é muito mais eficiente que o sistema a tambor. De acordo com o funcionário da área de vendas da Simão, concessionária da Ford em Bauru, Fábio Penna, o sistema a disco permite uma sensibilidade maior no pedal. Outra vantagem é a dissipação mais rápida de calor, que evita o superaquecimento do disco. “O freio à disco funciona por muito mais tempo, antes de atingir a chamada fadiga. Ele dissipa o calor voltando ao normal mais rapidamente. O superaquecimento, comum em descidas de serra e em corridas de automóveis, provoca o destemperamento dos metais e a perda da eficiência dos freios”, comenta Penna.

Freios ABS

ABS é a sigla para Anti-Lock Brake Siystem ou Sistema de Freio Antiblocante. O sistema impede o travamento das rodas em situações de exigência extrema dos freios, evitando derrapagens. Trata-se de um adicional que pode estar presente independente do sistema de freios ser à disco ou à tambor.

Sensores detectam mudanças repentinas de rotação das rodas e informam uma central, que distribui a força hidráulica de acordo com as exigências de cada roda, fazendo com que diminuam uniformemente a velocidade de giro. O carro pára com segurança. “O ABS possibilita o bombeamento automático das freadas, de modo que, as mesmas sejam efetuada de maneira não brusca”, comenta Penna.

A vantagem decisiva do ABS, quando comparado ao sistema de freio convencional, consiste no fato de, mesmo em piso escorregadio, as rodas não bloquearem quando se freia. O carro pode continuar a ser conduzido normalmente e com maior estabilidade, evitando a perda da direção, por exemplo.

Como o ABS funciona

O sistema ABS possui um sensor que lê o momento exato em que a roda tende a travar, enquanto o carro ainda está rodando.

Quando a velocidade periférica de uma roda é excessivamente baixa para a velocidade do veículo tendendo a bloquear-se, o ABS faz com que a pressão na roda diminua.

“O ABS evita o travamento das rodas possibilitando uma melhor dirigibilidade do carro, principalmente em pista molhada e de areia, por exemplo”, afirma Penna.

A grande dica para os proprietários de veículos com sistema ABS de freios é não bombear o pedal em circunstância nenhuma. O ideal, para que a regulagem do sistema funcione de modo otimizado é manter o pedal do breque pisado até o fundo. O condutor, segundo Penna, sentirá o bombeamento no pedal do breque e escutará um ruído metálico característico.

ABS também exige cuidado

Mesmo que o veículo tenha o sistema ABS nos freios, as limitações da Física não podem ser transpostas. É necessário, portanto, tomar cuidado em pisos lisos ou úmidos. Quando as rodas entram no limite do bloqueio, é preciso ajustar a velocidade às condições do piso e do trânsito. O fato de se dispor de maior segurança não significa ausência total de riscos.

De acordo com Penna, os carros populares ainda não possuem o sistema ABS, presente nos carros médios e tops de linha. Mas a tendência é a popularização dos adicionais de segurança, como aconteceu com o próprio sistema de freio à disco e com o sistema de air-bags, encontrados em muitos mais modelos hoje do que há 10 anos. Hoje é quase inconcebível imaginar um veículo sem o sistema de freios à disco, ao menos nas rodas dianteiras.

Revisões evitam a perda dos freios

Como qualquer outro sistema mecânico de um veículo, os freios também necessitam passar por revisões periódicas para verificar o desgaste das pastilhas, das lonas e efetuar o reparo, caso necessário.

De acordo com Penna, se o proprietário efetuar as revisões periódicas que constam no manual do veículo, poderá ficar despreocupado com relação aos freios. “Com o equipamento regularmente vistoriado, é quase impossível a perda dos freios. Eu nunca tive notícia disso”, comenta.

Mas se o proprietário for desleixado com relação ao veículo e não tiver realizado nenhum tipo de manutenção, a perda dos freios pode acontecer, sim. O que fazer nessa situação extrema, quando estiver numa avenida movimentada, por exemplo?

O mais indicado é ligar o pisca alerta e ir reduzindo as marchas. Quando o carro não estiver em alta velocidade, tente o freio de mão.

Como evitar o superaquecimento

- Nunca provocar o atrito dos freios pisando no pedal constantemente e sem necessidade. Isso provocará o superaquecimento, aumento a distância de freada e, conseqüentemente, o desgaste das pastilhas.

Antes de iniciar uma descida acentuada mais extensa, é importante reduzir a velocidade: engate uma marcha mais baixa pois, desse modo, será mais fácil aproveitar o efeito de freada do motor, aliviando os freios.

- É necessário verificar se o spoiler dianteiro do veículo não está obstruído de modo a impedir a passagem de ar e o resfriamento dos freios.




publicidade
As Mais Compartilhadas no Face
(SF) © Copyright 2024 Jornal da Cidade - Todos os direitos reservados - Atendimento (14) 3104-3104 - Bauru/SP