Indústria da região reduziu emprego

Levantamento do Ciesp mostra que as empresas da região de Bauru fecharam 96 postos de trabalho ao longo do ano 2000

O nível de emprego industrial na Diretoria Regional de Bauru do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), região composta por 17 municípios, apresentou resultado negativo, em 2000, com uma perda acumulada de 0,58%. José Luiz Miranda Simonelli, titular da diretoria, disse que o percentual representa uma redução de 96 postos de trabalho na região.

No mês de dezembro, a variação também foi negativa, de 0,29%, o que significou uma redução de aproximadamente 48 postos de trabalho.

De acordo com análise do Ciesp-Bauru, a queda no índice total de emprego industrial em Bauru foi influenciada pelas variações negativas dos setores de produtos alimentares e editorial e gráfico, com reduções de - 1,2% e - 0,34%, respectivamente, que são setores predominantes na região por número de empregados, ou seja, os que mais influenciam na ponderação do cálculo do índice total.

O resultado só não foi pior, segundo a análise, em razão da variação positiva do setor de vestuário, artefatos de tecidos e de viagem, 6,45%, além do setor de produtos de minerais não-metálicos, que cresceu 3,26%.

Quando comparados os meses de dezembro nos anos de 1999 e 2000, segundo o Ciesp, tem-se um cenário melhor, pois em dezembro/99 o resultado foi negativo em 0,89%, ou seja, 0,60 ponto percentual acima de dezembro passado.

Para o Estado de São Paulo, o acumulado no ano é positivo. Nos últimos 12 meses, o Estado teve um desempenho melhor do que o da região de Bauru, com o percentual positivo de 1,71%.

Desempenho

O setor industrial, como um todo, tem melhor desempenho nos meses que antecedem as festas de final de ano, como ocorreu em 2000, segundo o delegado de Bauru do Conselho Regional de Economia (Corecon), Reinaldo César Cafeo.

Ele observa que Bauru não acompanhou o bom desempenho geral, apesar de ter contado com índices positivos a partir do segundo semestre, com exceção dos meses de outubro e dezembro.

Para Cafeo, os setores gráfico, editorial e alimentício, seguiram a lógica de maior produção nos períodos anteriores.

Como o nível de emprego local não vem acompanhando o forte crescimento verificado no setor industrial, não gerando empregos na mesma proporção, afirma Cafeo, é possível concluir que a produtividade, a tecnologia e a mecanização estão sendo predominantes. “Isso indica mudanças estruturais, ou seja, fazendo mais com menos”, analisa.

De qualquer maneira, o delegado acredita que esses não são números expressivos, que possam indicar que a região enfraqueceu.