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Maus-tratos podem ser causa da morte de bebê de 5 meses

Maus-tratos podem ser causa da morte de bebê de 5 meses

Josefa Cunha
A Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Bauru abriu inquérito para apurar a causa da morte de B.G., de apenas cinco meses, falecida na última sexta-feira, após vários dias de internação na UTI do Hospital de Base. Há suspeitas de que o bebê tenha sofrido maus-tratos por parte do próprio pai, cujo nome a Delegacia prefere não divulgar até que tenha em mãos o laudo necroscópico solicitado ao Instituto Médico Legal (IML).

B.G., que morava na Pousada da Esperança II junto com a mãe, o pai e duas meio-irmãs, deu entrada no hospital no dia 17 de janeiro, já em estado de coma. Uma semana antes, porém, a menina já havia sido atendida no Pronto-Atendimento Infantil (PAI), vítima de uma fratura em um dos braços. A criança foi levada ao hospital pela mãe, que atribuiu a fratura à uma queda sofrida pelo bebê do colo da irmã, de cinco anos. A alegação levantou suspeitas porque a criança não apresentava nenhuma escoriação externa, comum em casos de queda.

O retorno do bebê ao hospital em estado inconsciente fez com que os próprios médicos atendentes comunicassem o fato ao Centro Regional de Registro e Atenção aos Maus-Tratos à Infância (Crami), que, por sua vez, apresentou a denúncia à DDM. Embora nenhuma evidência aponte até o momento a responsabilidade dolosa sobre a morte da menina, a delegada Rejane Borro Ortiz disse que há controvérsias a serem apuradas.

A mãe do bebê, cuja identidade também está sendo temporariamente preservada, disse que não estava em casa em nenhuma das duas ocasiões em questão. No dia da fratura, ela teria encontrado a caçula com dores após retornar do trabalho e foi informada pelo amásio que o bebê havia sido derrubado pela filha mais velha. Da segunda vez, ela encontrou a criança desmaiada, também ao voltar do serviço, mas ninguém soube explicar o que havia acontecido.

Além de solicitar o prontuário do dia da fratura e o laudo necroscópico, a titular da DDM também pretende ouvir os médicos que atenderam B.G. A mãe, o pai e a filha de cinco anos já foram interrogados e os depoimentos apresentam divergências. “O pai manteve a versão de que o bebê caiu do colo da irmã, mas a menina alega que não segurou a criança. Além dos médicos, quero ouvir também familiares e vizinhos para tentar apurar a possível ocorrência de maus-tratos”, adiantou.




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