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30/01/01 00:00 -

Verdades graves que escapam à atenção de muitos

Verdades graves que escapam à atenção de muitos

(*) Jorge Boaventura
Muitas vezes já nos temos referido, daqui mesmo deste espaço no prestigioso “Jornal da Cidade”, que a vida moderna, pelo ritmo frenético de atividades que impõe a quase todos no quadro absurdo em que o homem, de cuja atividade resulta, entre outras coisas, o Mercado, tornou-se escravo desse novo Moloch, cada vez mais exigente e mais voraz. E é por causa desse ritmo frenético que se torna inviável para a maioria dar-se conta de muitos aspectos de coisas graves, cuja feição e cuja natureza passa a escapar-lhe à percepção. É o caso, por exemplo, da famosa globalização, que, forçando a superação de soberanias nacionais, na verdade constitui-se em nova estratégia de dominação imperialista que usa, como é compreensível, pretexto válido para tornar-se de mais fácil consecução e de êxito mais seguro. O que queremos dizer é que a globalização, “latu senso”, é fenômeno inexorável, à medida em que se multipliquem as comunicações virtuais e até físicas entre os habitantes deste Planeta. Mas o leitor, inteligente, o entende dentro de um processo de prazo muito longo, pela consciência que vá se formando da similitude de anseios, aspirações, necessidades, circunstâncias, enfim, do reconhecimento da identidade básica entre todos os seres humanos, o que irá acarretando uma uniformização cultural extensiva a toda a Terra. Então, nessa hipótese de concretização longínqua, surgirá um sentimento hoje existente em relação aos nacionais com referência às suas nacionalidades e que, então, referir-se-á ao Planeta em que vivemos. Já não seremos mais brasileiros ou chineses ou turcos ou ingleses ou americanos. Seremos terráqueos.

Como pode ver o leitor, trata-se de hipótese generosa e perfeitamente justificável em sua formulação, face o apontado e rápido desenvolvimento das comunicações e contatos culturais e físicos entre os povos. A seu pretexto, porém, e antes de que se dê aquela uniformização e os frutos generosos que, eventualmente, ela poderá produzir, o que se está tentando é atropelar e, violentando sentimentos nacionais perfeitamente naturais, arraigados e legítimos, subordinar as soberanias e os interesses nacionais dos mais fracos em proveito da ambição dos que, nos momentos mais poderosos e, ainda mais, tendo os seus poderes controlados pela ínfima minoria dos detentores do grande capital internacional, reduzi-los, na prática, à situação de colônias de nova feição, mais adequada ao novo tipo de imperialismo em marcha. Imperialismo que se está implementando claramente, inclusive entre nós, com auxílio de ingênuos, de oportunistas e de, infelizmente, traidores, cuja ação se torna possível pela alienação de muitas realidades em que têm sido mantidas as massas.

Felizmente, porém, já há claros indícios de que, “malgré tout”, aqui e ali surgem pessoas apercebidas da manobra a que nos estamos referindo e vão começando a aparecer resistências às suas manipulações. O assunto parece-nos grave e, permitindo Deus, voltaremos a ele futuramente.


(*) Jorge Boaventura
home-page: www.jorgeboaventura.jor.br
e-mail: boaventura.jorgeboaventura.jor.br





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