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27/01/01 00:00 -

Dívida deixa Prefeitura sem telefone

Dívida deixa Prefeitura sem telefone

Sabrina Magalhães
Vereador diz que administração anterior não pagou a conta de dezembro; a dívida herdada pelo PT é de R$ 35 milhões

Botucatu - A Prefeitura Municipal de Botucatu teve seu telefone cortado ontem por falta de pagamento. O número (14) 6802-1414 e todos os seus ramais foram inativados, mantendo desde a recepção e secretarias até os postos de saúde e o Gabinete do Prefeito completamente incomunicáveis. O único contato para os munícipes era através do número para emergências 156.

De acordo com um dos assessores do prefeito Antônio Mário Ielo (PT), Tristan Dierckx, a linha foi cortada porque a administração anterior não pagou uma conta vencida em dezembro de 2000 no valor de R$ 25 mil e nem deixou previsão orçamentária para a despesa.

“Eles deixaram uma sobra de caixa de R$ 100 mil. Mas esse dinheiro tinha dois destinos. Uma parte era das contas vinculadas - aquelas dotações específicas, ou seja, o dinheiro que era da educação, só poderia ser gasto com educação; o que era da saúde, só poderia ser gasto em saúde. E a outra parte do dinheiro era para o que nós chamamos de folhinha, que são os pequenos salários, como os dos guardas mirins e do Conselho Tutelar, entre muitos outros”, disse.

Dierckx explicou que se mexesse no dinheiro da “folhinha”, vários setores ficariam sem pagamento. “E no dinheiro das contas vinculadas não poderíamos mexer de jeito nenhum. Desviá-lo seria ilegal.”

O assessor do prefeito disse que, ao ter a linha cortada, a administração entrou em contato com o Tribunal de Contas, que sugeriu que a despesa fosse paga em caráter emergencial, já que o telefone desativado serve a todos os setores da Prefeitura. “Imagine o posto de saúde sem telefone: não pode.” Ele afirmou que a situação foi resolvida e que o telefone deve ser religado entre amanhã e segunda-feira.

Caos

O vereador petista Luiz Carlos Rúbio contou à reportagem do JC que a nova administração encontrou o município com uma dívida de R$ 35 milhões. “Isso num orçamento de R$ 47 milhões. A Prefeitura deve para empreiteiras e fornecedores, inclusive pelo uso da máquina que trabalhava no lixão. A situação é tão crítica, que o prefeito determinou que fosse cortado o cafezinho dentro da Prefeitura, porque o dinheiro do café era tirado do orçamento da merenda escolar.”

Segundo Rúbio, além das contas vencidas, a administração anterior entregou a Prefeitura devendo os salários de dezembro e o décimo-terceiro a todos os funcionários públicos municipais. “O Ielo adiantou o pagamento de janeiro e está fazendo toda a economia possível, um verdadeiro arroxo mesmo, para poder pagar os servidores.”

Rúbio comentou que só serão mantidos os serviços essenciais, como postos de saúde, distribuição de remédios, limpeza da cidade. “Botucatu ficou abandonada depois de 1.º de outubro (dia das eleições). Agora estamos fazendo tudo para economizar. O Procon, que funcionava num prédio alugado, já foi transferido para o mercadão, que é prédio público. As creches que funcionam em casas alugadas também estão sendo renegociadas. O prefeito está fechando todas as torneiras mesmo, para ver se acerta as contas.”




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