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Guerrinha mantém-se com pés no chão

Guerrinha mantém-se com pés no chão

David Cintra
Treinador do vice-campeão paulista acha que, no Nacional, o Tilibra, com investimentos limitados, vai brigar do 6º ao 8º lugar

O técnico Guerrinha, em entrevista exclusiva ao JC, analisou a participação do Tilibra no playoff final do Campeonato Paulista e falou sobre suas expectativas para o Nacional, que começa no próximo domingo.

O derradeiro lance da decisão do Campeonato Paulista de 2000, disputado na noite do último domingo, foi um retrato dos últimos dois jogos finais. Faltando menos de dez segundos, o armador Raul arremessa, mas a bola, caprichosamente, bate no aro. Raul fica com o rebote e na segunda tentativa consegue fazer a cesta, porém, o cronômetro já estava zerado. Quando a bola balançou a redinha o Franca já era campeão paulista.

Detalhe. Foi nos detalhes que o Tilibra, equipe de melhor campanha do campeonato, deixou escapar a chance de ser bicampeão estadual. No jogo anterior, uma cesta de três pontos do ala Chuí, no último segundo de jogo, havia determinado a derrota do Tilibra, após uma histórica virada, com a equipe de Bauru passando à frente depois de estar perdendo por 21 pontos de diferença. Para Guerrinha, apesar da derrota na final, o balanço foi positivo. “Nossa equipe é nova, fez uma brilhante campanha. Não temos que lamentar nada e sim comemorar. Franca venceu por 3 a 0, mas foram jogos muito disputados decididos nos segundos finais. Nós poderíamos ter vencido da mesma forma”, analisa o treinador bauruense.

Um dos mais importantes jogadores da equipe campeã, o ala Fernando Minucci, afirmou após a partida de domingo na Panela de Pressão que o elenco francano, com oito titulares e mais três juvenis que podem jogar em qualquer time brasileiro hoje, foi determinante para o triunfo de seu time. Análise com a qual Guerrinha faz coro. “A equipe poderia render mais sim. No entanto, por problemas de estrutura a equipe cansou após as cinco partidas contra o Mogi. Franca além de estar mais descansada tinha pelo menos oito titulares para revezar, enquanto nós trabalhamos com sete jogadores e dentro destes sete nem todos renderam tudo o que podia. Já no time deles todo mundo rendeu acima do esperado”, afirmou Guerrinha.

Ironia das ironias, o armador Valtinho, talvez o mais importante jogador de Franca nos playoffs, esteve com um pé no Tilibra no início da temporada. “Na montagem do time, a minha primeira opção era o Valtinho, mas ele não pode ser contratado, devido ao limite de verba disponível. Com ele no time tenho quase certeza que ganharíamos o título, porque além de tudo não teríamos ele contra nós”, sentenciou o treinador.

No entanto como não se chora o leite derramado, o Tilibra já está vivendo o clima de Campeonato Nacional, que começa no próximo dia 28 com a equipe bauruense estreando diante do fortíssimo Botafogo, no Rio de Janeiro. Apesar do desgaste físico dos playoffs, a equipe volta a treinar amanhã. O armador Leandrinho, revelação do Paulista, contratado junto ao Palmeiras, se incorpora ao elenco. Guerrinha não considera o novo jogador um reforço, mas sim um investimento. “É claro que ele vem somar, mas reforço é aquele jogador que vem para resolver, o Leandrinho chega como promessa. É um armador rápido, que vem preencher uma posição para a qual nós temos o Raul, que é muito bom, mas precisa revezar. O Leandro tem jogado como armador, mas está sendo sacrificado, pois a posição original dele é lateral”.

Quanto à participação do Tilibra no Nacional, Guerrinha é realista e não alimenta grandes ilusões. “Estamos num grupo intermediário. Das 16 equipes que vão disputar o Nacional, 13 ou 14 delas têm chances de ficar entre os oito classificados para os playoffs e todos que se classificarem têm condições de ser campeão. Hoje, penso que nós brigamos para ficar entre oitavo e sexto colocado”, analisa o técnico.

Ainda segundo o treinador, a estrutura da equipe bauruense é boa, mas não tem o mesmo nível de investimento de Franca, das equipe cariocas ou de Uberlândia, que entram fortes no campeonato. “Estas equipes gastam mais, porém, nós estamos bem dentro de uma análise de custo/benefício e nosso projeto é a longo prazo. No basquete não se monta uma equipe vencedora de uma hora para outra. Vamos para o Nacional com um time competitivo e podemos tanto render menos do que o esperado e ficar fora dos playoffs, como render acima e chegarmos entre os quatro primeiros. Existem muitos fatores que podem mudar os resultados esperados, como contusões, por exemplo. Mas vamos brigar com pelo menos seis ou sete equipes de estrutura maior que a nossa, que investem mais”, finaliza.




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