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Executiva Nacional recomenda não vender as ações do Banespa

Executiva Nacional recomenda não vender as ações do Banespa

Fernando Penna
A reunião do Comando Nacional dos Funcionários do Banespa, e o Encontro Nacional de Aposentados do Banespa realizados em São Paulo, nesse final de semana, discutiram a proposta de recompra de ações feitas pelo Banco Santander. O banco espanhol venceu o leilão de privatização do Banespa, realizado em novembro de 2000, e detém aproximadamente 60% das ações Ordinárias Nominativas (ON), isso representa 33,3% do capital do Banespa. A Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Estado de São Paulo (Cabesp) possui 15,5% e o Banespa Previdência (Banesprev) detém 3,94% das ações ON. Em ambos os fóruns, as recomendações foram para que ninguém venda suas ações nesse momento.

De acordo com o diretor do Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, Marcos Aurélio Silvestre, a direção do Santander teria utilizado uma manobra contábil para desvalorizar as ações. O valor patrimonial das ações, no final do ano de 2000, era de R$ 128,10. O banco espanhol comunicou que faria ajustes no balanço do Banespa.”Eles fizeram uma provisão de R$ 2 bilhões. Com isso, derrubaram o valor patrimonial das ações para cerca de R$ 56,00. No último pregão do ano, elas foram comercializadas a R$ 60,00”. Para Silvestre, essas medidas prejudicaram os donos de ações, já que, historicamente, as ações costumam ser recompradas pelo valor patrimonial.

“O Santander está oferecendo R$ 95,00 pelo lote de mil ações. Na época da privatização do Banespa, o Banco Central (BC) estabeleceu o preço mínimo de R$ 164,00 para esse mesmo lote. No leilão de privatização o Satander pagou R$ 627,67 pelos lotes de mil ações. Por isso, consideramos o valor oferecido abaixo da realidade”, disse Silvestre.

Na opinião dele, essa atitude visa forçar os acionistas minoritários a venderem suas ações e diminuir o repasse de dividendos para os acionistas. “Não é só isso, tem também a Participação nos Lucros ou Resultados (PLR), que deve ser paga aos funcionários. Caso não seja considerado que o banco teve lucro, eles não precisam pagar. A previsão era de que o Banespa terminaria o ano passado com um lucro de R$ 1 bilhão. “A provisão determinada pela diretoria mudou essa perspectiva. Para nós, eles não tinham justificativa para fazer essa provisão”, afirmou Silvestre.

Ele defende que a decisão sobre a venda ou não das ações pertencentes à Cabesp seja tomada pelo diretor de financeiro da instituição. Na hierarquia da Cabesp, o presidente e o diretor de operações são indicados pelo banco. Os diretores administrativo e financeiro são eleitos pelos funcionários e aposentados. “De acordo com o estatuto da Cabesp e a nossa compreensão, essa decisão cabe ao diretor financeiro, devido ao seu teor. Outra alternativa seria colocar a decisão em votação durante assembléia”, comentou Silvestre.

Hoje emdia, a Cabesp é o maior acionista minoritário com 15,5% das ações. Esse número representa 7,75 % do capital total do banco. Silvestre afirma que, para conseguir fechar seu capital, o banco precisa conseguir comprar 34% do capital total, pois dessa forma estará acumulando 67%. “Caso eles não consigam esses 34% a oferta não terá tido êxito”, explicou.

De acordo com Silvestre, a Executiva Nacional deverá propor à diretoria do Santander uma negociação global. “Além dessas questões, queremos discutir a garantia de emprego, a manutenção da rede de agências, a manutenção do papel social do Banespa”, disse.




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