As limitações na área cultural são apontadas como ponto negativo pelas pessoas que vêm morar em Bauru
Os migrantes entrevistados pela reportagem são unânimes em afirmar que a área cultural é o ponto negativo de Bauru. “Faltam opções culturais”, diz o desenhista industrial Luiz Fernando Fernandes Leite Junior. “É raro ter grandes peças teatrais e de qualidade”, opina o professor Geraldo Magela Alves. “Sinto falta em tudo: teatro, cinema, dança...”, escancara o também desenhista industrial Pablo Frioli de Oliveira Rodrigues.
Sob alvo das críticas, Sérgio Losnak, secretário municipal da Cultura, reage. “A cidade passou por um período de ostracismo cultural e agora que os espaços estão voltando a ser ocupados. Bauru tem muitos talentos artísticos. A questão é que nós, como agentes culturais, temos dificuldades em trazer o público”, sustenta.
Para embasar sua análise, Losnak cita dados do levantamento realizado pela secretaria municipal em relação ao Teatro Municipal. Durante o exercício de 1999 (9 meses), o local recebeu um público de 30 mil pessoas, o que representa 9,5% da população bauruense.
Apesar do índice representativo, ele não é qualitativamente significativo. “O teatrão, como nós chamamos o teatro comercial, que na maioria das vezes tem pouca qualidade, é que que atrai público maior. Os espetáculos de bom nível registraram, em média, 200 espectadores e isso é muito preocupante”, afirma.
De olho nesses dados, a Secretaria Municipal da Cultura estuda estratégias para formar público e, assim, aumentar o interesse por eventos artísticos de melhor nível qualitativo. “Precisamos trazer aqueles que estão alheios aos movimentos artísticos, mas de maneira a contribuir para que ele saiba reconhecer o que é legal ou não, para dizer se gosta ou não. O importante é opinar, criar cultura”, salienta Losnak.
Cheio de idéias e com um time competente na secretaria, Losnak aposta no tempo e nas ações públicas para cativar o público inerte. “A sociedade será menos ruim e mais sensível quando tiver melhor relacionamento e acesso à cultura”, aposta.
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