Expectativa cerca a maioria dos 850 funcionários da fabricante de ônibus falida, que agora podem ser recolocados
Botucatu - Um mês após a decretação da falência da Companhia Americana Industrial de Ônibus (Caio), o clima voltou a ficar esperançoso para aqueles que de alguma forma podem se beneficiar com a reativação da produção, em Botucatu. É que a empresa acaba de ser arrendada pelo grupo paulistano Induscar.
O arrendamento foi confirmado ao Jornal da Cidade, pelo juiz da 3ª Vara, Ítalo Morelle, o mesmo que no dia 20 de dezembro passado decretou a falência da empresa. A intenção dos empresários é reativar a linha de produção da montadora de ônibus ainda este mês.
O grupo paulista havia protocolado uma carta de intenções no Fórum de Botucatu alguns dias depois da decretação da falência da Caio. A previsão inicial é que a maioria dos cerca de 850 funcionários da Caio sejam reaproveitados, para esta nova etapa. Um sistema de cooperativa está sendo discutido entre representantes de funcionários e Induscar.
A notícia da locação do parque fabril e da marca Caio foi recebida com entusiasmo pelos botucatuenses já que estão em jogo centenas de empregos diretos. O próprio juiz, comenta que há que se considerar ainda os empregos indiretos que surgem com a reativação da produção.
Ontem, os diretores da Induscar não foram encontrados em Botucatu para falar sobre os novos investimentos, mas segundo o juiz Morelle, trata-se de um aporte vultoso e que traz boas expectativas.
Falência
A Caio teve sua falência decretada no dia 20 do mês passado. No início de 1999, a empresa já havia tido a concordata preventiva autorizada pela Justiça. Por ocasião da decretação da falência, a empresa que prestava consultoria à Caio informou que nos últimos 18 meses, os acionistas da Caio desenvolveram todos os esforços com a finalidade de manter as atividades da empresa com o objetivo de preservar os empregos e de manter o equilíbrio da oferta do mercado de ônibus, mas apesar de todo o apoio de seus colaboradores, fornecedores e clientes, a fragilidade financeira com que a Caio se encontrava, impossibilitava a continuidade de suas operações.
A Caio é uma das principais fabricantes de carrocerias de ônibus do Brasil. Chegou a ter quase 3 mil funcionários e a produzir 25 ônibus por dia. Já foi a maior da América Latina.
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