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14/01/01 00:00 -

O futuro ideal do lixo

O futuro ideal do lixo

(*) Tito Bianchini
Toda vez que temos oportunidade de conhecer as novidades do setor de limpeza urbana e tratamento de resíduos sólidos mundo afora, confirmamos duas realidades. A primeira é que o problema do lixo é encarado com muita seriedade pelos países desenvolvidos e, em consequência, são criadas soluções concretas e eficientes, o que é uma ótima notícia. A segunda conclusão, bem menos positiva, mostra que o Brasil precisa avançar muito para resolver seus graves problemas nesse campo.

Isso ficou claro no congresso anual da International Solid Waste Association (ISWA), a mais importante associação do segmento, realizado em Paris. Enquanto aqui 80% do lixo produzido fica sem cuidados adequados, a céu aberto, a França criou um programa que, combinando reciclagem e outros tratamentos, faz com que em poucos anos nenhum resíduo precise seguir para aterros. Esse modelo vem sendo praticado na região de L’Essonne, a 60 quilômetros de Paris, por um grupo de 104 municípios, que totalizam mais de 700 mil habitantes.

Nem todos os países desenvolvidos têm um programa tão ambicioso como esse, porém todos estão seguindo os passos definidos pela Agenda 21, que indica a redução na geração dos resíduos e do volume de lixo através de tratamentos intermediários, a intensificação da reciclagem e dar uma disposição ambientalmente correta ao que inevitavelmente precisa chegar ao aterro.

Quanto à forma de estruturar as atividades, os países europeus utilizam sistemas integrados, ou seja, os operadores dos serviços assumem a responsabilidade de um serviço do início ao fim, da oleta ao destino final, por exemplo. Também é bastante empregada no segmento a parceria entre os setores público e privado através de joint ventures, agregando aos empreendimentos tanto o capital como a eficiência das empresas particulares.

Todo esse cenário pode soar futurista para um país como o Brasil, que carece de investimentos nas questões de infra-estrutura como os resíduos sólidos urbanos. Mas se o mundo dedica tanto tempo e pesquisa para o assunto, é porque todos entenderam que o meio ambiente não pode mais ser lesado. Muito menos haverá espaço para destinar o lixo que geramos indiscriminadamente.

(*) Tito Bianchini é presidente da Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), representante da ISWA no Brasil




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