Em Bauru, Justiça vai confiscar bens adquiridos com o tráfico e que estavam em nome de traficantes e seus familiares
Os traficantes estão ficando encurralados. A cada dia que passa, a polícia, a Justiça e até a Receita Federal, com a nova lei sansionada pelo presidente da República, estão conseguindo saber o que é feito com o dinheiro do comércio ilegal de drogas. Em Bauru, o confisco de bens, fruto do comércio de drogas, já está sendo providenciado, anuncia o delegado titular da Delegacia de Investigação Sobre Entorpecente (Dise), José Henrique Gomes dos Santos.
Segundo ele, alguns bens que estavam em nome dos traficantes e de seus familiares, adquiridos com dinheiro do comércio de drogas, estão sendo confiscados pela Justiça, conforme prevê a legislação.
Embora os processos sejam de secredo de Justiça e não possam ser divulgados, os casos já estão em andamento e os traficantes e seus familiares, em pouco tempo, ficarão sem os bens. O entrave das provas concretas, está resolvido, garante o delegado. “Um inquérito bem feito, com provas suficientes tem surtido resultados positivos, na Justiça.”
O delegado explica que embora não possa entrar em detalhes para não facilitar as coisas para os traficantes, a delegacia tem trabalhado muito nos inquéritos para fornecer ao Ministério Público, as provas necessárias para o confisco dos bens. “A simples, provamos que o sujeito ganha X em sua profissão oficial e que gasta X + X+ Y com aquisição de bens. Se ele ganha mil, não pode ter adquirido um veículo de R$ 35 mil.”
O bem adquirido com o dinheiro do tráfico, nem sempre está em nome do traficante. “Mostramos ao Ministério Público, o vínculo do traficante com o “testa de ferro”, seja parente ou não. Alguns casos de Bauru já estão em andamento”.
A Dise, segundo Santos, tem procurado fazer um trabalho criterioso para levar provas concretas aos autos. “Não só quanto ao confisco de bens. Mas também para poder colocar os traficantes na cadeia. Não tenho números, porém, tenho informações do Forum de que a maioria das pessoas presas por tráfico tem sido condenada na Justiça.”
Braço direito
Os 30 flagrantes de tráfico de entorpecente feitos nos últimos seis meses pela Dise/Bauru, resultaram na prisão de 20 homens e 12 mulheres. Os dados revelam que a cada dia, as mulheres conquistam mais espaço na sociedade, seja em atividades legais ou ilegais.
No tráfico, a mulher tem sido o braço direito do marido e uma segurança, no sentido de prosseguir com o comércio, mesmo depois que ele vai preso. A constatação foi feita pela Dise/Bauru num trabalho de retornar a antigos pontos de vendas de drogas. “Ao retornar nesses locais, constatamos que o tráfico está sendo feito por algum parente do preso”.
A mulher e os filhos dos traficantes são, preferencialmente, as pessoas que assumem o comércio de drogas. “Muitas vezes no momento do flagrante, nós não temos com autuar a mulher ou o filho, mas retornamos ao local posteriormente e se constatamos que o tráfico está ocorrendo, autuamos. Há casos em que a família está presa, todos pelo artigo 12”.
A mulher do traficante, de acordo com o delegado, já é uma pessoa envolvida com o comércio de drogas, antes dele ser preso. “É impossível que ela viva na mesma casa e desconheça a atividade do marido. Ela sabe muito mais do que parece”.
Apreensões
No último semestre, a Dise retirou de circulação, através de apreensões, três quilos e 200 gramas de cocaína. “Sendo que aproximadamente dois quilos de meio de cocaína pura. ‘Batizada’, essa droga renderia cerca de cinco quilos.”
Três quilos e meio de maconha, 8 armas e 700 gramas de crack também foram apreendidos pela delegacia. “São diversas apreensões. Acredito que tiramos de circulação 10 mil doses de cocaína.”
|
máx. 31° / min. 12°
