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Partidos “da vez” já são assediados

Partidos “da vez” já são assediados

Daniela Bochembuzo
PFL, PT e PPS recebem pedidos informais de filiação; corrida a legendas vem de discussões sobre eleições de 2002

O prazo de filiação política para aqueles que desejam concorrer às eleições de 2002 termina apenas em 1.º de outubro, apesar disso, a corrida em busca de espaço nas legendas já começou. O PT, um dos partidos que mais ampliou seu espaço político no último pleito, é um dos mais assediados. Em solo local, PPS e PFL já registram pedidos de ingresso em seus quadros partidários.

O vice-prefeito Dudu Ranieri, presidente do PFL, recebe pedidos de filiação semanalmente. O pefelista admite que o fato de estar no poder bauruense garantiu maior visibilidade ao partido. “Quando se perde uma eleição, ninguém quer saber de você. Quando se ganha, as coisas mudam, e muito. Está cheio de gente querendo receber as benesses”, conta.

Entre aqueles que desejam mudar para o PFL, entrega Dudu, estão vereadores empossados e outros que não conseguiram se reeleger. “Fatos que envolveram a eleição da Mesa Diretora da Câmara Municipal e a disputa do ano passado deixaram muita gente chateada. Com os meus vereadores (Osvaldo Paquito e Paulo Eduardo Martins Neto), acho que posso ficar tranqüilo”, acredita.

O presidente pefelista aposta que o assédio partidário deva se tornar mais acentuado a partir de fevereiro, data em que as atividades da Câmara Municipal serão retomadas e reinício das discussões sobre a reforma política-eleitoral.

As mudanças previstas no meio político, aliás, têm deixado alvoroçados filiados a partidos pequenos, caso do PDT, que iniciou discussões para se fundir ao PTB, mas que acabaram caindo por terra.

Além de ter expressão reduzida em vários estados, o PDT tem dificuldade em crescer. O principal obstáculo é o desgaste que sua principal liderança, o ex-governador Leonel Brizola, enfrenta nos meios políticos. Foi por causa dele que Anthony Garotinho, governador do Rio de Janeiro, e mais 11 mil filiados deixaram os quadros pedetistas. Hoje, Garotinho busca um partido antigo, do qual possa aproveitar a estrutura para dar-lhe uma nova sigla, fugindo da burocracia que cerca a criação de uma legenda.

Outro que anda descontente com o PDT é o ex-vereador Roberto Relvas, que não gostou da maneira como sua candidatura à vereança foi tratada pela direção da legenda. O grupo dos que procuram novos ares partidários inclui ainda o deputado estadual Pedro Tobias, que já recebeu acenos do PTB, PSDB, PPB e PT.

Apesar do convite de Estela Almagro, presidente do diretório do PT em Bauru, a entrada de Pedro Tobias nos quadros petistas depende de uma avaliação rigorosa das executivas municipal e estadual.

Segundo Estela, a ascensão do PT a partido do momento exigirá das executivas avaliações mais rigorosas a respeito das novas filiações. “Nosso cuidado é para que a oxigenação não comprometa o delineamento ideológico do partido. Temos certeza que o número de oportunistas que se insurgirão nessa onde positiva do PT será grande”, opina.

A opinião de Estela é baseada nas histórias do PMDB e do PSDB, que passaram a ser mais assediados depois que chegaram ao poder. Segundo ela, a avaliação de filiações deve ser exigente, no sentido de garantir que novas acolhidas permitam que o partido ande para frente, ao invés de dar passos par trás.

“Na nossa avaliação pesamos quem é a pessoa, por qual razão está vindo para o PT, se a sua entrada será positiva para o partido e se sua história política condiz com a linha ideológica petista”, explica a presidente do PT, que não esconde estar atenta às mudanças partidárias. Por isso mesmo é que Estela deixa escapar que vários prefeitos e vice-prefeitos eleitos na região estão de olho no PT. “Analisaremos a conjuntura macro antes de nos decidirmos”, conclui.






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