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Alunos não aderem às aulas nas férias

Alunos não aderem às aulas nas férias

Redação
A freqüência às aulas de reposição, em função da greve, e recuperação de férias nas escolas estaduais de Bauru está sendo baixa

Janeiro costuma ser mês de férias para alunos e professores. No entanto, a maior parte das escolas da rede estadual de ensino em Bauru ainda está em período de aulas - em reposição dos dias letivos perdidos com a greve do primeiro semestre de 2000 ou recuperação de férias, para aqueles estudantes que não tiveram um aproveitamento satisfatório durante o ano passado. Mas nem tudo está correndo como deveria.

Algumas escolas visitadas pela equipe do Jornal da Cidade apresentaram um índice de freqüência de alunos relativamente baixo, principalmente nas aulas destinadas à reposição do período de greve. Outras, reúnem alunos de diferentes séries e disciplinas em uma mesma sala de aula, atitudes questionadas por membros da Diretoria Regional de Ensino.

A escola estadual Dr. Carlos Chagas, que fica na Vila São Paulo, é um exemplo daquelas que ainda estão em período de reposição. Neste caso, as aulas serão ministradas até o próximo dia 16. Em uma sala de 4ª série, na qual deveriam estar presentes 43 alunos, apenas oito estavam freqüentando as aulas do dia 10 de janeiro, no período da tarde. O professor de História Voltaire Mattozinho alega que muitos dos que cumpriram 75% de presença dos 200 dias letivos, percentual mínimo de freqüência exigido para a aprovação do aluno, já deixaram de comparecer às aulas. “Quando os alunos questionaram, nós colocamos claramente que eles têm direito a 25% de falta”, diz o professor.

Questionado quanto à perda de conteúdo dos alunos que cumprem apenas 75% dos 200 dias letivos, Voltaire afirmou que parte do conteúdo programático foi reposta durante o ano com trabalhos realizados fora da sala de aula. “É evidente que alguma coisa ficou faltando, mas a gente procurou reforçar durante o ano”, alega. De acordo com a ex-dirigente regional de Ensino, Edinéa Sita Cucci, esse não é um aspecto positivo. “A falta sempre prejudica, já que você deixa de aprender a matéria daquele dia e depois tem que estudar sozinho”, afirma.

Outros casos são os de alunos de diferentes séries que são colocados em uma mesma sala de aula para repor o conteúdo e a carga horária perdida. É o que acontece na escola Edson Bastos Gasparini, localizada no Núcleo Edson Gasparini, que também está em período de reposição e recuperação de aulas. Os alunos de recuperação estão desenvolvendo o tema “Em foco a escola nas férias” por meio da publicação de um livro no qual os estudantes reivindicam as necessidades do bairro apontando seus aspectos positivos e negativos.

De acordo com o atual dirigente regional de Ensino, Jair Sanches Vieira, numa sala de recuperação isso é aceitável. “Na recuperação, você pode ter alunos de um mesmo ciclo na mesma sala, porque, neste caso, a preocupação não é recuperar só o conteúdo que o aluno não teve, mas recuperar o aluno, a sua auto-estima, a sua mudança de postura e a capacidade de analisar as situações cotidianas”, diz Vieira.

No entanto, sua posição é diferente quanto às aulas de reposição. “Isso não deveria estar acontecendo numa sala de reposição, pois nós estamos repondo dia letivo daquela matéria que não foi dada. Então, a rigor, não deveriam estar alunos de séries diferentes na mesma sala, porque cada sala deveria ter a sua turma de reposição”, explica o dirigente. “Eles estão sendo prejudicados em todos os aspectos. O Conselho de Escola tem que estar discutindo isso durante o processo, já que é a instância privilegiada que decide essas coisas na escola”, acrescenta.

Na escola Prof.ª Carolina Lopes de Almeida, que fica no Parque São Geraldo, na qual as aulas de reposição terminaram no último dia 8 e as de recuperação irão até o dia 31 deste mês, o aspecto mais agravante é a ausência de alunos em aulas de recuperação. Em uma sala destinada aos alunos de 1.ª a 4.ª série, onde deveriam estar 34 alunos que não tiveram rendimento satisfatório durante o ano letivo, 14 estavam ausentes.

Na opinião de Vieira, muitas vezes falta um incentivo por parte da própria família do aluno, que deve agir paralelamente ao trabalho realizado pelos responsáveis dentro da escola, com a finalidade de proporcionar um maior aproveitamento. “O que a gente percebe é que quando a escola tem uma boa relação com a comunidade, a participação dos alunos em todos os eventos da escola, inclusive na aula, é maior”, diz o dirigente.




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